Rebelião na base

Caminhoneiros decidem na quarta (24) se mantêm ou não greve contra Bolsonaro

Categoria aguarda reunião com ministro para saber se pode acreditar em recuo quanto ao valor mínimo do frete

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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"Será que o que a gente fecha depois de greve e reunião vale mesmo?", pergunta caminhoneiro
"Será que o que a gente fecha depois de greve e reunião vale mesmo?", pergunta caminhoneiro - Foto: Reprodução Facebook

Na manhã desta segunda-feira (22), o Ministério da Infraestrutura solicitou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que suspenda a nova tabela de preços para o frete, divulgada na semana passada. O governo tenta evitar uma greve dos caminhoneiros, porém, a decisão só deve sair na quarta-feira (24), após reunião de líderes do setor com o ministro da pasta, Tarcísio Gomes.

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Após o anúncio da nova tabela, que reduz o valor mínimo do frete para caminhoneiros autônomos, vários grupos de whatsapp foram criados para combinar a paralisação.

“Eu tenho falado com o pessoal para esperar até quarta-feira, só vou me manifestar a favor ou contra a paralisação na quarta-feira mesmo”, explica Wanderley Alvez, o Dedeco, uma das principais lideranças da categoria nos grupos do aplicativo de conversa.

Outra liderança escutada pelo Brasil de Fato, que pediu para não ser identificada, disse haver “desconfiança” da categoria com o governo.

“É uma turma que toda hora tem uma novidade, volta atrás de tudo que fala e faz. É estranho e deixa o caminhoneiro lá na ponta desconfiado: será que o que a gente fecha depois de greve e reunião vale mesmo?”, perguntou o condutor.

De acordo com Dedeco, há caminhoneiros que já cruzaram os braços. “No Nordeste, tem muita gente que já estacionou o caminhão, tá difícil pra gente ficar na rua”, afirma.

Para Wallace Landim, o Chorão, que afirma estar em “mais de 800” grupos de Whatsapp, há insatisfação da categoria com o governo. “Todos nós estamos descontentes e essa semana será definitiva.”

 

Edição: João Paulo Soares