Reconhecimento

Vigília “Resistência Camponesa” será homenageada pela Câmara de Cascavel (PR)

O Voto de Louvor foi proposto pelo vereador Paulo Porto e aprovado pelos demais vereadores

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
O voto de louvor, aprovado pelos vereadores, deve ser entregue na segunda quinzena de março - Paulo Porto

O Vereador Paulo Porto (PCdoB) protocolou e a Câmara Municipal aprovou voto de louvor para a “Vigília Resistência Camponesa: por terra, vida e dignidade”. A vigília é uma ação dos agricultores dos acampamentos Resistência Camponesa, Dorcelina Folador e 1º de Agosto, todos localizados no complexo de fazendas Cajati, em Cascavel.

O objetivo é denunciar as ameaças de despejos autorizados pelo governador Ratinho Junior (PSD) aos agricultores que vivem nos acampamentos na área ocupada às margens da rodovia BR 277 no km 557, na saída para Curitiba. Ao todo, são 213 famílias, cerca de 800 pessoas, sendo 250 crianças e 80 idosos.

A Vigília teve início no dia 28 de dezembro de 2019, após as ações da polícia em retirar famílias de várias áreas no estado, e serve para manter a organização das famílias e mostrar para o governador Ratinho que existe produção agrícola nos acampamentos e todas as famílias acampadas dependem disso para a subsistência.

Para Angela Lisboa Gonçalves, integrante da direção do acampamento Resistência Camponesa, a terra é o que garante a dignidade das famílias. “Aqui é o lugar onde produzimos a vida e o alimento, é onde trabalhamos. Se tirar a terra da gente, além da nossa moradia, vão tirar o nosso trabalho e a nossa vida digna”, diz. “Essa é uma Vigília de resistência”, enfatiza, garantindo que a ação só terminará quando a área for desapropriada e destinada à reforma agrária.

Para Porto, a organização das famílias é fundamental para o momento pelo qual o Brasil e o Paraná passam, com administrações ligadas ao latifúndio. “Hoje, os agricultores Sem Terra estão se organizando para dar um basta à violência do governo de Ratinho Junior, que lamentavelmente segue a mesma lógica do governo de Bolsonaro em nível federal. Já foram mais de 500 famílias despejadas e a luta agora é por nenhuma a mais”, afirma o vereador, que é professor universitário e ligado aos movimentos sociais. “A reforma agrária não se resolve com despejo”, conclui.

O voto de louvor, aprovado pelos vereadores, deve ser entregue na segunda quinzena de março, no local da Vigília, na BR 277.

Fonte: BdF Paraná

Edição: Lia Bianchini