TRANSPORTE

Acidente no metrô do Recife deixa 60 feridos; metroviários denunciam sucateamento

Dois trens colidiram na manhã desta terça-feira (18), na Estação Ipiranga

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Para tentar compensar a falta do metrô, mais ônibus deverão ser adicionados à frota - Reprodução

Na manhã desta terça feira (18), por volta das 5h30, dois trens da Companhia Brasileira de Transporte Urbano (CBTU) colidiram no Recife, na Estação Ipiranga. Cerca de 60 pessoas ficaram feridas, com escoriações e dores após o impacto da colisão. Para averiguar o que ocorreu e evitar problemas, todas as estações da linha centro estão paralisadas e a Estação Ipiranga continuará fechada por tempo indeterminado.

Para tentar compensar a falta do metrô, mais ônibus deverão ser adicionados à frota. De acordo com a CBTU, aproximadamente 400 mil pessoas utilizam as linhas de metrô do Recife.

Para além de questões técnicas, há um pano de fundo neste episódio, que é a tentativa de privatização das linhas, um debate que vem ganhando corpo nos últimos meses, com o aumento das tarifas.

O metroviário Valmir Assis relaciona o acidente à falta de investimento no transporte “Aquela estação foi feita numa curva fechada, então tudo indica que foi problema de sinalização. Isso é fruto da precarização, do baixo investimento. Se for confirmado que o problema foi falta de sinalização, é porque faltam recursos para coisas básicas do metrô, que são sinaleiras, cabos. E isso entra no pacote de precarização para poder privatizar. Hoje os usuários que passavam pelas estações falavam que tem que privatizar logo, porque se vende a ideia de que privatizar significa melhorar e é difícil fazer as pessoas entenderem que privatizar é pagar duas vezes”, apontou. 

Colisão

Os problemas que motivam paralisação das linhas de metrô são frequentes, mas esse é o primeiro acidente nesta proporção. A colisão, que foi lateral, é considerada menos grave do que uma colisão frontal, por exemplo.

Trabalhando há cinco anos no metrô, Assis ressalta que o corpo de funcionários vem fazendo o possível para manter a operação das linhas de forma segura. “São vários arranjos que os funcionários, os da área da mecânica, fazem nas estações, no esforço de manter o funcionamento seguro. É uma luta grande dos funcionários para que o metrô funcione sem quebrar”.

A Polícia Civil está investigando as causas do acidente e pode ter respostas em até 15 dias. As vítimas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros, com algumas sendo encaminhadas para hospitais próximos da estação.

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Monyse Ravena e Camila Maciel