AJUDA AOS GAÚCHOS

Cozinha Solidária do MTST entrega mais de 1,5 mil marmitas por dia para afetados pelas enchentes em Porto Alegre

Fernando Campos, coordenador do MTST, fala da ação em parceria com MAB e demais movimentos populares; saiba como ajudar

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Local está sob risco de inundação; previsão é de mais chuvas na cidade - Foto: Comunicação MTST

A tragédia por causa das chuvas no Rio Grande do Sul tem ocasionado uma corrente de ajuda e solidariedade pelo Brasil. Com o desabastecimento de água e energia e rodovias bloqueadas, a população do estado gaúcho tem enfrentado dificuldades para garantir alimentação. 

Uma das ações solidárias em funcionamento para garantir comida aos atingidos é a Cozinha Solidária Azenha, uma das 49 do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) distribuídas pelo país. A cozinha fica em Porto Alegre e aumentou o fornecimento de comida à população, como conta o coordenador estadual do movimento no Rio Grande do Sul, Fernando Campos.

"Nesse processo da enchente, a gente organizou a cozinha solidária de emergência. E essa ação reuniu não só o MTST, mas também Movimento de Atingidos por Barragem [MAB], o Movimento de Pequenos Agricultores [MPA] e a Marcha Mundial das Mulheres. Tentando organizar uma frente com vários territórios, a gente está produzindo hoje de 1,5 mil a 1,8 mil por dia", explica. No funcionamento normal, a cozinha serve 300 a 400 refeições por dia.

De acordo com dados da Defesa Civil divulgados na tarde desta quarta-feira (8), mais de 66 mil pessoas foram levadas para abrigos e mais de 163 mil estão desalojadas. O número de afetados pelos temporais passa de 1,4 milhões, enquanto as ações de resgate de pessoas ilhadas continuam. 

A solidariedade acontece em meio à dificuldade e ao risco, pontua o coordenador do MTST no Rio Grande do Sul, já que o nível do Guaíba segue mais de 2 metros acima da cota de inundação. Durante a manhã desta quarta, baixou 14 centímetros.

"O local ali está em risco de inundação. Se subir mais, nos pega ali, nós vamos ter que ver um outro local. Então nós estamos com essa preocupação. Também estamos sem água, então tem toda uma corrente buscando garantir a água sempre lá na cozinha, muita gente apoiando, também a busca dos alimentos, a busca da proteína, a busca dos insumos da cozinha", lista Fernando Campos.

"A gente também tem uma iniciativa que é fazer outras cozinhas, apoiar comunidades para que desenvolvam cozinhas nos territórios. Então, a gente tem algumas iniciativas no Morro da Cruz, o pessoal da horta (...) Tem alguns grupos que a gente vem atendendo porque muitos dos territórios, os locais das comunidades estão alagados."

O estado gaúcho vive maior preocupação agora com a chegada de uma frente fria provocada por um ciclone extratropical formado próximo à costa da Argentina. Além da previsão de ventos fortes e alto volume de chuva previstos até domingo, a temperatura pode cair bruscamente e registrar 5 graus.

O MTST faz campanha para ajudar as pessoas prejudicadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Quem quiser colaborar pode acessar o link apoia.se\enchentesrs ou fazer a transferência de qualquer valor pela chave pix: [email protected].

A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta quarta-feira (8) do Central do Brasil, que está disponível no canal do Brasil de Fato no YouTube.

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O Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.

Edição: Thalita Pires