Coluna

Projeto de Temer levará Brasil a uma situação insustentável

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AGPT - Lula Marques
Pesquisa mostra que 60% da população são contra a medida aprovada pelo Senado

O governo golpista conseguiu o que queria com a aprovação em segundo turno no Senado da PEC-55 que afetará negativamente as áreas de saúde e educação, bem como resultará em retrocesso das conquistas sociais. A recente pesquisa do insuspeito instituto Data Folha mostra que 60% da população são contra a medida aprovada pelos senadores.

Ou seja, os aliados do governo golpista não levam em conta a voz das ruas, a não ser em ocasiões em que a mídia comercial conservadora monta o cenário do retrocesso. Muito menos os parlamentares se interessaram em aprofundar as discussões sobre o que a PEC da morte propõe e resultará para os brasileiros.

A PEC aprovada vai levar o Brasil em pouco tempo a um retrocesso sem tamanho e resultará em perdas substanciais para os trabalhadores. Foi uma vitória do chamado mercado, mas poderá ser uma vitória de pouco tempo, porque as consequências serão tão dramáticas que os parlamentares em algum momento serão obrigados a ouvir a voz das ruas.
Os setores abastados, uma minoria dos brasileiros, serão contemplados com benesses que outros governos, como os da ditadura anterior de abril de 1964 e o de Fernando Henrique Cardoso, aprovaram.

Se Michel Temer imagina que com a aprovação da PEC-55 o Brasil vai para algum lugar, engana-se redondamente. O Brasil na verdade está indo para o buraco com o projeto que Temer tenta impor com o seu grupo de todas as formas.

Como o presidente ilegítimo está cada vez mais fraco e impopular, como demonstram as pesquisas, é possível que outros grupos apologistas do neoliberalismo queiram tomar o lugar de Temer, mas com o objetivo de seguir com o mesmo projeto que contempla os setores abastados e piora mais ainda a situação da maioria do povo brasileiro.

Não é necessária nenhuma bola de cristal para prever que mais cedo ou mais tarde, o projeto de Temer e de outros setores ainda mais neoliberais levará o Brasil a uma situação insustentável.

Quando isso ficar ainda mais claro para os brasileiros que sentirão na carne os efeitos nefastos do projeto, não adiantará a mídia comercial conservadora tentar convencer incautos a apoiar o projeto que já foi rejeitado pelo menos quatro vezes seguidas pelos eleitores.

Neste momento, em meio a uma crise econômica de extrema gravidade, o setor verdadeiramente responsável pela situação atual, o capital financeiro, em algum momento terá de prestar contas pelo que está sendo feito. É a roda da história, não adiantando a mídia comercial conservadora promover lavagem cerebral. Em suma, tudo é uma questão de tempo para a realidade se tornar mais clara e a maioria dos brasileiros despertar.

A ONU está preocupada com o retrocesso social no Brasil

Tudo muito estranho por estas bandas. A mídia comercial conservadora omite informações relevantes como, por exemplo, a condenação dos planos do governo Temer de congelar os gastos sociais no Brasil por 20 anos feitas por Philip Alston, relator especial da ONU para extrema pobreza e direitos humanos. Essa informação foi divulgada em sites do exterior.

No entender de Alston, os planos de Temer são inteiramente incompatíveis com as obrigações referentes ao cumprimento dos direitos humanos por parte do país.

Ao justificar o seu posicionamento, Alston alertou que se a tal PEC-55, tão defendida pelo governo usurpador, for aprovada “bloqueará gastos em níveis inadequados e rapidamente decrescentes na saúde, educação e segurança social, colocando, portanto, toda uma geração futura em risco de receber uma proteção social muito abaixo dos níveis atuais”.

Como se não bastasse, os aliados dos golpistas estão querendo desde já anular a delação premiada de Claudio Melo Filho, da Odebrecht incriminando o próprio Michel Temer e alguns de seus ministro mais próximos como Eliseu Padilha e Moreira Franco. O motivo alegado é que houve vazamento da informação.

Os aliados de Temer, segundo o noticiário corrente, destacam que o acordo pode ser invalidado e citam como exemplo a suspensão das negociações da delação do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, após vazamento de suas denúncias na imprensa.

Por estas e outras, já não se exclui a possibilidade de que o próprio vazamento, tão divulgado pela mídia comercial conservadora, faz parte de uma estratégia com o objetivo exatamente de evitar que as graves denúncias do ex-executivo da Odebrecht sejam apuradas até as últimas consequências.

O governo golpista, usurpador e ilegítimo de Temer está muito preocupado com o que pode vir por aí. Mas o que se espera também é que todas as denúncias sejam checadas até as últimas consequências. Não se pode admitir que alguns políticos já mencionados como responsáveis por atos de corrupção, principalmente próceres do PSDB, sejam poupados na operação Lava Jato pelo juiz Sérgio Moro.

É inadmissível que o juiz mencionado intime um petroleiro, como Emanuel Cancella, que tem denunciado constantemente ações suspeitas na Lava Jato e deixe de lado, por exemplo, um Aécio Neves, presidente do PSDB, já acusado em outras ocasiões por irregularidades.

A continuar o procedimento de Moro, como assinala o petroleiro Cancella, atendendo a solicitação da Justiça dos Estados Unidos sobre a Petrobras, que pode colocar em risco a própria empresa petrolífera ao concordar plenamente com o pedido para que alguns ex-diretores corruptos da empresa sejam convocados pelo país estrangeiro. Dessa forma aumentarão as suspeitas de que o juiz de Curitiba age na base de dois pesos duas medidas e tem vínculos estreitos com os Estados Unidos.

Está ainda mais claro do que semanas atrás que o Presidente Temer não tem condições morais e políticas de continuar ocupando o governo. E para evitar o pior dos mundos, que seria uma convulsão social, a saída seria a convocação de eleições diretas para dar legitimidade ao ocupante do posto. O que não mais se pode admitir é que um Presidente da República continue nas mãos de um usurpador e que, segundo uma última pesquisa tem rejeição recorde e seria rejeitado nas urnas por 75% dos eleitores.

Em suma, por que não convocar o povo para decidir não só a eleição de um Presidente da República, como antecipar as eleições parlamentares?

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