Reforma agrária

Mais de mil hectares de terras improdutivas são ocupados no noroeste de Minas Gerais

Trabalhadores rurais sem-terra ocuparam neste sábado (22) terras que segundo o MST são utilizadas para especulação

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
7ª edição da Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes, no Largo da Carioca, Centro do Rio de Janeiro. Janeiro de 2015
7ª edição da Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes, no Largo da Carioca, Centro do Rio de Janeiro. Janeiro de 2015 - Tânia Rêgo/ Agência Brasil

Uma área improdutiva de cerca de 1000 hectares foi ocupada na madrugada deste sábado (23), por mais de 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra no município de Unaí (MG). 

Segundo a direção do movimento, a área ocupada conhecida como fazenda Campinas, está sendo utilizada para especulação “na perspectiva de garantir um aumento considerável do valor do hectare de terra na região”. A área é propriedade do Banco da Terra.

"A região do noroeste de Minas Gerais apresenta uma infinidade de áreas griladas, improdutivas e comprovadamente devolutas. Elas ficam nas mãos da máfia da grilagem e de invasões irregulares por parte de grupos econômicos instalados na região, tendo em vista que esse território é central para os interesses do agronegócio produtor de feijão convencional, envenenado, e ainda uma região com alto índice de exploração do trabalho, em condições de bóias frias ou mesmo análogo a escravidão", denunciou Marco Baratto, integrante da direção nacional do MST no DF e Entorno (DFE).

Na região existem mais de 500 famílias acampadas em condições precárias, segundo o dirigente regional do MST – DFE, Márcio Silva. Silva conta ainda que “os assentamentos dessa região são os maiores produtores de leite do estado, no entanto as cooperativas ligadas ao agronegócio hegemonizam a comercialização e distribuição, pagando baixos valores aos produtores assentados".  

O movimento denuncia que muitas famílias sem-terra na região vivem sob processos de reintegração de posse constante. O MST ressalta que as políticas de Reforma Agrária permitiriam, dar continuidade à produção de alimentos sem agrotóxicos que abastece os pequenos centros urbanos da região.

Edição: Mauro Ramos