Saúde

Yanomami encerram protesto contra falta de atendimento em Roraima

Ação começou após morte de dois bebês de menos de um mês de vida, nos últimos 20 dias, na comunidade

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Aldeia Yanomami em Roraima
Aldeia Yanomami em Roraima - Leonardo Prado/ PGR

Após mais de 48 horas, indígenas encerram protesto que impedia a saída de equipes do Ministério da Saúde de comunidade Yanomami, em Roraima.

As três aeronaves retidas por indígenas no aeroporto de Surucucu, no município roraimense de Alto Alegre foram liberadas no final da tarde desta terça-feira. De acordo com o Ministério da Saúde, a liberação ocorreu após negociação realizada por dois presidentes de entidades indígenas e um representante do Distrito Sanitário Especial Indígena, o Dsei Yanomami, enviados ao local.

Desde domingo, 21 profissionais da saúde, quatro pilotos e as aeronaves a serviço da Sesai - Secretaria Especial de Saúde Indígena foram impedidos de sair da aérea. O protesto ocorreu após a morte de dois bebês indígenas de menos de um mês de vida, nos últimos 20 dias, na comunidade local.

De acordo com o Ministério da Saúde, os trabalhadores que cumprem escala de trabalho no Polo-Base continuarão o atendimento aos indígenas normalmente, sendo que parte da equipe já poderá retornar na manhã desta quarta-feira.

Os indígenas afirmam que os óbitos ocorreram por falta de atendimento e que ainda há crianças com problemas graves de saúde. Os manifestantes também pediam a saída do coordenador do DSEI-Y, Rousicler de Jesus Oliveira. Nenhum profissional foi ameaçado ou preso pelos indígenas.

De acordo com a Sesai, as mortes estão sendo investigadas pela equipe técnica do DSEI Yanomami.

O ministério não informou que pontos foram negociados com os manifestantes, mas afirmou que o documento que formaliza a negociação será apresentado à Coordenação do DSEI nesta quarta-feira.

A pasta destacou ainda que durante o período de retenção das aeronaves no aeroporto de Surucucu, ninguém foi ferido ou sofreu qualquer tipo de violência, a alimentação foi suficiente para todos e os equipamentos não tiveram qualquer avaria.

Edição: Radioagência Nacional