São Paulo

Empresa pagou diária pela metade para obra em Interlagos, relatam moradores de rua

Prefeitura da capital questiona a informação de os trabalhadores foram contratados de forma inadequada

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O autódromo de Interlagos foi palco nesse final de semana do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1.
O autódromo de Interlagos foi palco nesse final de semana do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. - EBC

O autódromo de Interlagos foi palco nesse final de semana do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1.

Esporte que atrai um seleto grupo de fãs dispostos a pagar desde 610 reais, pelo ingresso mais barato, até 15 mil 980, pelo mais caro.

Já as estruturas de arquibancadas e camarotes que abrigaram cerca de 140 mil pessoas foram montadas com a ajuda de moradores de rua e de albergues da cidade de São Paulo.

Segundo os organizadores da corrida, a responsabilidade pela montagem da infraestrutura é da prefeitura, que por sua vez contratou uma empresa para preparar o evento.

Coube à MM Faleiros, empresa com sede em Franca, no interior do estado, a montagem da infraestrutura. Mas para executar o contrato de 7 milhões e seiscentos mil reais, a empresa contratou outras empresas, num esquema de quarteirização.

Quem foi chamado para fazer a tarefa explica que recebeu 50 reais por jornadas que chegavam a 12 horas. O valor corresponde a metade do que seria pago no mercado e a jornada excede em um terço o período padrão para a mesma diária, que é de 8 horas.

Quem trabalhou prefere não se identificar.

Outros enventos também lançam mão dessa estratégia.  As pessoas são escaladas para o trabalho em pontos definidos da cidade, viadutos ou praças .  O uniforme é a garantia de que a pessoa vai receber o pagamento. Já os equipamentos de proteção ficam por conta de quem foi escalado.

Segundo a assessoria de imprensa do Grande Prêmio Brasil,  o trabalho é vistoriado pelo Ministério do Trabalho, Corpo de Bombeiros e pela própria prefeitura  e a organização do Grande Prêmio do Brasil de F1 segue estritamente todas as normas de segurança do trabalho.

Já a prefeitura de São Paulo disse que a não procede a informação de que moradores de rua foram contratados em condições inadequadas para montar as estruturas do evento da corrida e que todos os colaboradores contratados por terceiros são fiscalizados e registrados , inclusive com o fornecimento de Equipamento de Proteção Individual e salários compatíveis com a categoria profissional.

A empresa MM Faleiros disse que as atividades realizadas pela empresa no autódromo foram fiscalizadas na semana que antecedeu a corrida pelo Ministério do Trabalho. 

Edição: Radioagência