Crime

Líder indígena Sergio Rojas Ortiz é assassinado na Costa Rica

O dirigente pertencia ao povo originário bribri e foi alvejado a tiros em sua casa na comunidade indígena de Salitre

Brasil de Fato | São Paulo |

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Sergio Rojas denunciava as agressões aos povos indígenas e a usurpação de suas terras
Sergio Rojas denunciava as agressões aos povos indígenas e a usurpação de suas terras - Foto: Reprodução

A Frente Nacional de Povos Indígenas (Frenapi) da Costa Rica divulgou uma nota nesta terça-feira (19) na qual informa o assassinato do líder indígena Sergio Rojas Ortiz, coordenador nacional desta organização.

Segundo o comunicado, Rojas foi assassinado na última segunda-feira (18) à noite, quando foi alvejado por 15 tiros em sua casa, localizada no território indígena de Salitre.

O líder indígena acabava de voltar de uma viagem ao município de Buenos Aires, na província de Puntarenas, onde acompanhava uma denúncia apresentada à Procuradoria por parte de representantes do povo bribri – do qual faz parte – por usurpação de terras indígenas e pelas ameaças e ataques que vem sofrendo.

A Frenapi responsabilizou o governo costarriquenho pelo ocorrido e exigiu “o esclarecimento imediato deste novo acontecimento de sangue e violência contra os povos indígenas da Costa Rica”. Além disso, a organização ressaltou que Salitre é um dos territórios indígenas do país apontados pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) como alvos de violência e ataques e, que, portanto, necessitam medidas protetivas.

“O governo da Costa Rica tinha a obrigação de acatar e garantir as medidas cautelares para Salitre e Térraba indicadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Depois de vários anos, nada foi feito e hoje perdemos um grande homem e um grande lutador. Adeus, Sergio, você permanecerá entre nossos ancestrais, para que nos guie neste difícil caminho, neste pequeno país, onde nos dizem que não acontece nada, mas tudo acontece em silêncio”, declara a nota.

Rojas já havia sido alvo de ataques em outras ocasiões. Em 2014, o dirigente foi atacado a tiros, com oito disparos, e saiu ileso. Desde então, organizações locais e internacionais pediam proteção especial ao líder indígena.

*Com informações do site Surcos.

Edição: Luiza Mançano