Paraná

EDITORIAL PARANÁ

Presidência em guerra contra indígenas

Edição 128: "Bolsonaro não se apresenta como solução, mas como parte do conflito"

Brasil de Fato I Londrina |
Inevitável não relacionar essas chamadas guerras de conquista com conflitos graves envolvendo povos indígenas
Inevitável não relacionar essas chamadas guerras de conquista com conflitos graves envolvendo povos indígenas - Paulo Porto

Antes da invasão dos portugueses no Brasil, há mais de 500 anos, estima-se que 8 a 40 milhões de habitantes viviam nesse território. Eram mais de mil povos.

Além de escravizados, milhares de índios foram massacrados, mesmo acolhendo os brancos portugueses. Inevitável não relacionar essas chamadas guerras de conquista com conflitos graves envolvendo povos indígenas até hoje, motivados por disputas de terra. Um dos capítulos mais recentes dessa batalha ocorreu no dia 19 de junho, quando o presidente Bolsonaro voltou a editar uma medida provisória para devolver a demarcação de terras indígenas, gerida pela Funai, para o Ministério da Agricultura, contrariando decisão do Congresso, que a considera irregular. O STF já suspendeu a medida no dia 25 e no dia 26 o presidente do Senado voltou a não reconhecê-la.

Por que a insistência de Bolsonaro? Só pode ser uma amarra com a bancada ruralista (maior interessada nas terras) e nenhum comprometimento com a causa indígena.

No Paraná, há várias questões pendentes, caso da necessidade de uma casa de passagem indígena na região Oeste para os indígenas que se deslocam pelo estado não ficarem em situação de rua. E também o acesso à terra pelos povos localizados em Guaíra e Terra Roxa. Por isso, não é nenhum exagero dizer as guerras continuam acontecendo. E Bolsonaro não se apresenta como solução, mas como parte do conflito.

Edição: Gabriel Ruiz