Faturando

Corregedoria do Ministério Público vai investigar palestras de Deltan Dallagnol

Chefe da Lava Jato foi flagrado em conversas falando em faturar "400 k" com a fama adquirida pela força tarefa

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Deltan Dallagnol planejava abrir empresa em nome da esposa, segundo diálogos revelados
Deltan Dallagnol planejava abrir empresa em nome da esposa, segundo diálogos revelados - Agência Câmara

A Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), vai investigar os procuradores Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon, ambos da Lava Jato, flagrados em conversas em que planejavam usar a fama adquirida na operação para faturar economicamente.

“Sem adiantar qualquer juízo de mérito, observa-se que o contexto indicado assevera eventual desvio na conduta de Membros do Ministério Público Federal, o que, em tese, pode caracterizar falta funcional”, afirma o corregedor Orlando Rochadel Moreira.

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A decisão atende a representação do PT, protocolada pelas bancadas na Câmara e no Senado. Para os parlamentares, há uma série de irregularidades praticadas, incluindo o “plano de negócios para lucrar com a fama” da operação baseada em Curitiba.

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Nas conversas, obidas pelo Intercept Brasil e publicadas pela Folha de S.Paulo no domingo (14), os procuradores falam em abrir uma empresa para gerenciar os recursos das palestras sobre “ética” que dariam pelo Brasil. Tal empresa ficaria nos nomes das respectivas esposas, para fugir da fiscalização. O corregedor deu prazo de 10 dias para que os dois se defendam.

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Em seu despacho, Moreira considera que “a ampla repercussão nacional” exige atuação do órgão. “A imagem social do Ministério Público deve ser resguardada e a sociedade deve ter a plena convicção de que os Membros do Ministério Público se pautam pela plena legalidade, mantendo a imparcialidade e relações impessoais com os demais Poderes constituídos”, afirma.

Em junho, Moreira havia arquivado pedido de investigação contra Dellagnol e outros integrantes da Operação Lava Jato, feito por integrantes do próprio CNMP.

Edição: João Paulo Soares