movimento sindical

Metalúrgicos do ABC encerram o 9º Congresso da categoria

Em carta aos trabalhadores, Lula falou da necessidade de defenderem a soberania nacional

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Mesa - Regionalidade: Reerguer o Grande ABC
Mesa - Regionalidade: Reerguer o Grande ABC - Adonis Guerra/SMABC

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC encerrou neste sábado (20) o 9º Congresso da categoria, realizado entre os dias 18 e 20 deste mês. O encontro contou com a participação de cerca de 700 pessoas que debateram as diretrizes que devem nortear a atuação dos trabalhadores para os próximos anos.

Partindo da assertiva “Outro Brasil é possível”, os congressistas debateram temas como democracia, emprego, indústria, região, formação e qualificação. “Temas que interessam diretamente ao trabalhador que está no chão de fábrica. As deliberações dele serão referências para o trabalho de base que nós faremos nas empresas em que temos representantes deste Sindicato”, afirmou o presidente do Sindicato, Wagner Santana, conhecido como Wagnão.

A plenária de encerramento, realizada na tarde deste sábado, contou com a participação do ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho; do integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stedile; do membro da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos; e da presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.

Guilherme Boulos, ao saudar os metalúrgicos afirmou que a categoria e o sindicato "foram decisivos em nosso país para que hoje a gente pudesse estar lutando contra Bolsonaro, para que se derrubasse uma ditadura militar que durante 21 anos governou o Brasil". Acrescentou: "foi muito importante para conquistar e preservar direitos nos últimos anos". 

Ao falar sobre as derrotas impostas pelo governo de Bolsonaro, João Pedro Stedile lembra que "na história tudo tem contradição, é assim que nós aprendemos com a dialética. As contradições da direita, dos capitalistas e do governo, estão criando brechas pra que a classe trabalhadora desperte, pra que a classe trabalhadora se reúna e crie mais unidade". E conclui: "agora a luta é de classe".  

Por último, Hoffmann rememorou a origem do PT: "o Partido dos Trabalhadores, esse jovem partido de 40 anos, é fruto da luta que se travou aqui, da luta dos metalúrgicos do movimento sindical brasileiro. Foi resultado do sonho de homens e mulheres que ousaram para além do movimento sindical interferir na política do país conduzidos por aquele que é o maior líder político popular da nossa história, Luís Inácio Lula da Silva".

No primeiro dia do congresso, o ex-presidente Lula enviou uma saudação aos Metalúrgicos do ABC. “Fico feliz em saber que o nosso Sindicato continua debatendo as grandes questões da classe trabalhadora no Brasil. Esse debate é cada vez mais importante, porque é realmente criminoso o que estão fazendo com o nosso país, entregando nossas riquezas, rasgando direitos e conquistas históricas dos trabalhadores”, afirmou.

Lula foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em 1975. E reeleito três anos depois. Em 1980, o sindicato sofreu intervenção e a diretoria foi cassada, com dirigentes presos e enquadrados na Lei de Segurança Nacional. O ex-presidente estava entre eles.
“É urgente defender a Petrobras, a Eletrobras, os bancos públicos e todo o patrimônio construído com esforço de muitas gerações. Essas empresas pertencem ao povo e são fundamentais para o país se desenvolver novamente, criando empregos e oportunidades. Não podemos permitir que sejam destruídas”, disse o ex-presidente que aproveitou para agradecer as demonstrações de solidariedade que tem recebido. “É o que me faz ter certeza de que vamos nos encontrar novamente”, concluiu. 

Edição: Fernanda Targa