Justiça

Comissão de familiares das vítimas acompanhará apuração sobre mortes em Paraisópolis

Grupo foi formado em reunião com João Doria e terá representantes do Condepe, da OAB/SP, da comunidade e das famílias

Brasil de Fato | São Paulo |

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A reunião se deu no Palácio dos Bandeirantes; Comissão acompanhará investigações na Corregedoria da PM e na Polícia Civil
A reunião se deu no Palácio dos Bandeirantes; Comissão acompanhará investigações na Corregedoria da PM e na Polícia Civil - Elineudo Meira/Fotos Públicas

Uma comissão externa foi criada na noite desta quarta-feira (5) para acompanhar as investigações sobre a atuação da Polícia Militar de São Paulo em Paraisópolis, zona sul da cidade, que resultou em nove mortes.

São duas investigações que ocorrem paralelamente: uma na Corregedoria da Polícia Militar e outra no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil.

A comissão -- que será formada pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo (Condepe), por um representante de cada família, por dois líderes comunitários e por representante da OAB/SP -- poderá fazer sugestões aos dois órgãos de investigações.

A reunião se deu no Palácio dos Bandeirantes, com o governador João Doria, as famílias das vítimas e o Condepe. O tucano ouviu os relatos dos parentes e acatou a sugestão de criar a comissão externa.

::Truculência da PM não é novidade em Paraisópolis, mas vem aumentando desde novembro::

Atuação do Condepe

O Condepe é um órgão de Estado, com legislação própria, e, por isso, tem algumas prerrogativas, como monitoramento e acompanhamento de casos como o de Paraisópolis.

A ideia, segundo o presidente do Condepe, Dimitri Sales, a ideia é ampliar a participação nesse acompanhamento das famílias e dos moradores, a partir dessas prerrogativas.

“Esse foi o passo mais importante que nós demos até então. A comissão vai poder analisar os laudos, consultar peritos externos para que também façam análises, recomendar oitivas com testemunhas, ter um trabalho paralelo com o trabalho da polícia”, afirmou o presidente.

Próximos passos

Em entrevista à Ponte Jornalismo, Danilo Amílcar, irmão de Denys Henrique Quirino da Silva, 16 anos – um dos nove mortos –, que participou da reunião com o governador depois de uma manifestação em Paraisópolis, afirmou que a comissão deveria ter ocorrido por iniciativa do governador.

“É difícil estar satisfeito justamente porque a gente só conseguiu se reunir com o governador depois de horas de manifestação, de horas de cansaço, quando as mortes já aconteceram. Isso deveria ter acontecido antes por iniciativa do governador”, disse. 

Na próxima segunda-feira (9), às 18h, haverá uma nova reunião com o governador, no Palácio dos Bandeirantes, com todos os presentes do primeiro encontro.

Na ocasião, deverá ser discutida como está a apuração das mortes ocorridas e políticas de promoção das atividades culturais em Paraisópolis. 

Edição: Rodrigo Chagas