Rio Grande do Sul

Reconhecimento

Brasil de Fato RS recebe menção honrosa no 36º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo

Premiação ocorreu no Auditório da OAB/RS, nessa terça-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Menção Honrosa foi recebida por Marcos Corbari e Kátia Marko em nome de toda equipe do Brasil de Fato/RS
Menção Honrosa foi recebida por Marcos Corbari e Kátia Marko em nome de toda equipe do Brasil de Fato/RS - Sergio Trentini - OAB/RS

Com a matéria “Venenos agrícolas matam meio bilhão de abelhas nos últimos 3 meses”, do jornalista Marcos Corbari, o Brasil de Fato RS recebeu menção honrosa no 36º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo. A premiação ocorreu no Auditório da OAB/RS, em Porto Alegre, nessa terça-feira (10), data em que celebra-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

A menção foi concedida na categoria especial “Futuro Ameaçado – A mortandade de abelhas", criada para marcar a trajetória de 35 anos da premiação, destinada a destacar trabalhos que tenham se distinguido por sua qualidade, em qualquer das categorias previstas. A matéria do Brasil de Fato destaca que a utilização indiscriminada de venenos agrícolas está colocando em risco a existência de abelhas e outros insetos polinizadores essenciais à manutenção da vida, além da possível contaminação dos solos, cursos de água e até mesmo pessoas.

Corbari fez questão de compartilhar a menção honrosa não apenas com os colegas do Brasil de Fato, mas também e principalmente com cada camponês e camponesa que em seu cotidiano estão sendo envenenados e exterminados do mesmo modo que o são suas abelhas. “Esse problema não surgiu hoje, nem ontem, vem de muito tempo e por muito tempo tem sido denunciado pelos movimentos sociais. Já é chegada a hora de dar voz e vez aos pequenos: quem alimenta o Brasil exige respeito!”

Conforme o jornalista, o trabalho do Brasil de Fato tem um lado. “Porque quando falamos de algo, estamos escolhendo um lado. Assim como, se silenciássemos, também estaríamos escolhendo um lado. As escolhas por vezes são concretas, outras vezes são simbólicas: por exemplo quando optamos por chamar um mesmo produto de defensivo, agrotóxico ou veneno (o que é de fato)”, explica.

O prêmio é uma iniciativa do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Rio Grande do Sul (OAB/RS), com o apoio da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul (ARFOC/RS) e da ARFOC/Brasil. Também empresta seu apoio a Caixa de Assistência dos Advogados do RS.

Ao falar sobre o tema da mortandade das abelhas escolhido neste ano, o presidente do MJDH, Jair Krischke, lembrou que o presidente Bolsonaro elegeu-se com um discurso contra os direitos humanos, dizendo de forma rasa que serve somente para proteger bandidos. “Entendemos que deveríamos mostrar para a sociedade e ao presidente que nós também defendemos as abelhas”, ironizou.

Auditório da OAB/RS acolheu premiados, realizadores, apoiadores e convidados. Sergio Trentini - OAB/RS

“As abelhas são a garantia de vida sobre a terra, propiciam que haja alimentos. Então esse tema é de direitos humanos, é de segurança alimentar, e também uma forma de dizer a esses que nos ofendem que os direitos humanos se preocupam com todo o ser humano, até aquele que infringiu a lei, e que é capaz de se recuperar se tiver condições”, afirmou Krischke.

O presidente da OAB/RS, Ricardo Breier, falou da importância do jornalismo como forma de mostrar à sociedade o que são direitos humanos, destacando o valor de matérias que pautam o tema, que é uma das principais bandeiras da atual gestão. “Hoje, este 36º prêmio reconhece o trabalho dos jornalistas que desempenharam sua função na informação e acima de tudo trazendo esta realidade que muito não querem enfrentar. Uma realidade em que quem não tem protagonismo não alcança esses direitos, que são mais de 80% da população”.

“Esses dias nós vimos fechar um posto de saúde na Bom Jesus, e eu não vi uma manifestação social sobre isso, ao passo que se nós fechássemos o hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre pararia. Então quando se fala daqueles que não têm protagonismo, se fala, infelizmente, de bairros sem estrutura, escolas fechando, saúde praticamente inexistente, pessoas morrendo por falta de atendimento e a coisa básica que pegou a todos nós, a segurança pública, que a sociedade começou a se mexer um pouquinho e exigir quando os homicídios chegaram aos bairros extremamente protegidos. Isso acontece há muito tempo nas periferias”, exemplificou.

Além da categoria especial, na qual o Brasil de Fato foi mencionado, também foram premiados trabalhos jornalísticos nas categorias: acadêmico, reportagem, rádio, fotografia, livro, crônica, televisão, jornalismo online, documentário e grande reportagem (livro reportagem). “O prêmio materializa a história de todos nós reconhecendo no jornalismo a única ferramenta que pode mostrar o que é de bom de direitos humanos e o que é de difícil de direitos humanos na sociedade”, conclui Breier.

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* Com informações da Rede Soberania

Edição: Kátia Marko