Manifestação

Mulheres fazem ato com Dilma pela Democracia e Contra a Violência

Em manifestação no Recife Dilma canta e afirma: "somos madeira de lei que cupim não rói"

Recife |
Cercada por mulheres representantes de movimentos, Dilma fala para cerca de 30.000 pessoas
Cercada por mulheres representantes de movimentos, Dilma fala para cerca de 30.000 pessoas - Társio Alves

O Ato das Mulheres com Dilma – Pela Democracia e Contra a Violência, organizado pela Frente Brasil Popular, reuniu cerca de 30.000 pessoas na tarde desta sexta (17), na Praça do Carmo, centro do Recife. A concentração começou às 15h com ensaio da batucada feminista e com diversas atividades político – culturais.  Apresentações do Casa Populares da BR 232 e do Coco de Mulheres animaram o povo antes da chegada da Presidenta Dilma Rousseff ao ato.

Mulheres representantes de diversos movimentos e organizações estiveram no palco e denunciaram a ilegitimidade do governo do presidente interino Michel Temer e o que isso representa para a vida das mulheres. Rita Nascimento, representante da União Brasileira de Mulheres (UBM), que compõe o Comitê Pernambucano de Mulheres pela Democracia da Frente Brasil Popular, afirma: "Nós mulheres pernambucanas não aceitamos esse governo golpista e machista. Vamos derrotar esse golpe e para isso nós mulheres precisamos estar nas ruas com Dilma”.

Representante da Marcha Mundial das Mulheres, Tita Carneiro reforça: “Permaneceremos nas ruas até que Dilma esteja de volta ao posto no qual as mulheres e os movimentos populares a colocaram. Em um país no qual 33 homens estupram uma mulher e ainda é questionada a criminalidade do ato, não se pode perder essa batalha pela permanência da primeira mulher eleita presidenta”.

Foto: Monyse Ravena/ Brasil de Fato Pernambuco

 

Por volta das 17h30 a Presidenta Dilma Rousseff chegou ao ato e foi recebida com uma ciranda das mulheres. Trechos do coco cantado pelo Comitê de Mulheres dizem: “tem mulher de competência/ tem mulher unindo forças também na presidência/ somos todas as mulheres”. Dilma afirma que essa música é um discurso, é o seu discurso.

"Tiraram uma mulher sem conta na Suíça e que não compactua com a corrupção. Fizeram isso com dois objetivos: 1° para barrar as investigações da Lava-Jato; e o 2° objetivo, muito grave, é destruir as políticas sociais e de soberania nacional”, afirma a Presidenta. Dilma lembra também que o governo interino é de homens brancos, ricos e velhos que estão desmanchando as políticas sociais.

Gritos de “Fora Globo” foram ouvidos quando a presidenta falou que a grande mídia tem dito que o governo interino e provisório é um “governo de salvação nacional”. “Esse é um governo de salvação da pele deles, isso sim”, reforçou, comparando a democracia com uma árvore, que neste momento, está sendo corroída por parasitas. “Eles dizem que não é golpe porque não tem tanque na rua. É uma mentira deslavada. Eles são parasitas que vão comendo a árvore, corroendo a democracia. E isso começa com um impeachment ilegítimo, condenando uma pessoa inocente, injustamente”, ressaltou.

Ao final de sua fala, Dilma afirmou que o povo brasileiro é pacífico, mas não é carneiro e chama a população para continuar na luta em defesa da democracia. “Sabemos o que queremos e vamos lutar por isso. Nenhum direito a menos! Eles não são capazes de reconstruir o Sistema Político. Só a população pode. Para tanto temos que derrotar esse processo. Temos que continuar na luta”, diz, pedindo ao povo pernambucano que cante com ela a música “Madeira de lei que cupim não rói” do músico pernambucano Capiba.

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