Rio de Janeiro

Descaso

Falta dinheiro para a educação e sobra para as Olimpíadas

O desafio agora é contribuir para fortalecer as lutas em curso

Rio de Janeiro |
Estudantes da UERJ protestam pela educação em audiência pública
Estudantes da UERJ protestam pela educação em audiência pública - Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) é um patrimônio da população fluminense, onde muitos jovens desejam estudar. Considerada uma das universidades mais populares do país, foi a primeira a adotar o sistema de cotas e atende estudantes de todo o Estado. No entanto ela enfrenta uma das piores crises da sua história, provocada por problemas financeiros e de infraestrutura que assolam trabalhadores e estudantes, que compromete seu funcionamento.

Só neste mês, mais de 500 funcionárias que prestavam serviços de limpeza foram demitidas, sem o pagamento dos salários atrasados e a garantia de cumprimento dos compromissos trabalhistas. Situação similar ocorreu no início do ano passado, com a demissão de 800 terceirizados do HUPE (Hospital Universitário Pedro Ernesto), que está em situação crítica com os funcionários sem receber salários. 

Sabe-se que as dívidas do governo estadual com a Uerj são antigas e a crise pela qual passa não é novidade, nem fruto da atual conjuntura econômica. Ela vem sendo cultivada há anos pelos governos do PMDB.

Prioridades

No entanto, o governo estadual segue com a política de isenção fiscal para inúmeras empresas e o dinheiro dos impostos continua sendo destinado a medidas impopulares, como os equipamentos para os Jogos Olímpicos e a militarização da cidade. Investir em educação pública e de qualidade ficou fora das prioridades do governo. 

A greve da UERJ acontece no mesmo momento em que uma jornada de luta dos estudantes em defesa da educação se espalha pelo país. Só no estado 70 escolas foram ocupadas e uma importante greve de professores se deflagrou. 

Desafio

O desafio agora é contribuir para fortalecer as lutas em curso, construir um movimento capaz de dar uma saída para a crise e que responda as demandas dos setores terceirizados, dos estudantes, professores e servidores. É preciso unificar as forças para um combate contra os ataques e cortes do PMDB no Rio e do governo golpista de Michel Temer.

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