O presidente em exercício Michel Temer disse nesta segunda-feira (4) que não teme propor medidas impopulares “se forem para melhorar o país”.
“As pessoas me perguntam: Você não teme propor medidas impopulares? Não. O meu objetivo não é eleitoral. Se eu ficar mais dois anos e meio e conseguir colocar o Brasil nos trilhos, para mim basta. Não quero mais nada da vida pública”, declarou.
Pouco antes, o presidente interino minimizou e defendeu o aumento salarial ao funcionalismo aprovado na Câmara e que custará R$ 58 bilhões e que pode afetar a meta fiscal deste ano, de déficit de R$ 170 bilhões. “Se não fizéssemos aquele acordo em níveis abaixo da inflação, corríamos o risco de ter greve nos setores essenciais, uma coisa politicamente muito desastrosa para o país”, disse.
Temer participou de um evento organizado pelo agronegócio chamado Global Agrobusiness Fórum, em São Paulo. Ao falar de algumas medidas que quer tomar, citou exemplos como desvinculação das receitas orçamentárias, a modificação da meta fiscal, a proposta limitadora de gastos (que terá também os estados incluídos) e a renegociação das dívidas dos governos estaduais.
Apesar de chamar os programas sociais de “essenciais”, Temer disse que “ter lucro não é pecado” e que “para recuperar o emprego, é preciso que a indústria cresça, o agronegócio cresça, o comércio cresça”. O interino recebeu em mãos um manifesto de apoio da elite brasileira e disse que irá “enquadrar” e deixar o documento na parede. A carta é assinada por 45 entidades, entre elas a CNA (Confederação Nacional da Agricultura).
“Eu vou colocar esse acordo em um quadro no meu gabinete. É uma coisa importantíssima para nós”, disse Temer.
O evento contou com a presença do ministro da Agricultura, Blairo Maggi e dos governadores Geraldo Alckmin (São Paulo) e Pedro Taques (Mato Grosso), além de deputados federais.
Foto de Capa: Beto Barata/ Agência Brasil
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