Dilma Roussef (PT), presidenta deposta durante processo de impeachment qualificado como golpe por movimentos populares, afirmou que a repressão contra manifestantes que criticam o governo Temer (PMDB) “irá aumentar”. A declaração foi dada à revista mexicana Proceso.
A violência com que os protestos são tratados é, segundo ela, fruto do processo que a destituiu do governo – considerado por Rousseff como um “golpe de Estado parlamentar” que instituiu “um governo ilegítimo, golpista e usurpador”.
“Estamos em um caso de ruptura democrática”, disse à publicação. Para Dilma, duas tendências devem se intensificar: de um lado, “a revolta popular” e, de outro, “a repressão” por parte do governo não eleito e seus apoiadores.
Rousseff ainda comparou a postura de seu governo diante de manifestações de oposição com as atuais medidas repressivas. “Quando era presidenta, houve centenas de manifestações contra mim, mas jamais reprimi esses atos, porque não me incomodavam. São parte da política e da democracia”, recordou.
É justamente a relação com a democracia de cada governo que determinaria a reação diante das manifestações: “Agora é muito diferente para os golpistas, porque se sentem atacados ao serem tratados como golpistas e reprimem. Então, creio que a repressão vai aumentar no país porque os que tomaram o poder ilegalmente no Brasil não suportam que sua verdadeira natureza de golpistas seja revelada diante dos olhos do Brasil e do mundo”, disse Dilma.
Edição: José Eduardo Bernardes
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