Minas Gerais

Editorial

Cobertor curto

Elites querem impor crise aos trabalhadores

Belo Horizonte |
O presidente não eleito Michel Temer não chegou lá sozinho. Quem o colocou na Presidência tem objetivos por trás. Temer é um traíra útil
O presidente não eleito Michel Temer não chegou lá sozinho. Quem o colocou na Presidência tem objetivos por trás. Temer é um traíra útil - Beto Barata / PR

O presidente não eleito Michel Temer não chegou lá sozinho. Quem o colocou na Presidência tem objetivos por trás. Temer é um traíra útil. Está disposto a ajudar a implementar esses objetivos. 
Se pensarmos sobre quem queria afastar Dilma, vamos descobrir o que pretendiam com essa ação. Quem batia panela são em sua maioria os mais ricos do Brasil. Os meios de comunicação que construíram um clima de crise e quase pânico são grandes empresas que defendem interesses empresariais. A parcela do Judiciário, Ministério Público e da Polícia Federal que faz uso partidário da Lava Jato são a elite do funcionalismo público, com salários médios muito acima da maioria da população. Os deputados e senadores que votaram pelo afastamento de Dilma são brancos, ricos, empresários, e a ampla maioria investigados por corrupção. 
Essa elite econômica e política não estava satisfeita com um governo que criou cotas, ampliou vagas nas universidades, criou o Mais Médicos, deu aumento real do salário mínimo, combateu o racismo, a lgbtfobia, etc. Resultado, a Lava Jato colocou no poder um presidente e sete ministros acusados de corrupção. Colocou também aqueles que perderam as eleições em 2002, 2006, 2010 e 2014, o PSDB. 
E, principalmente, colocou no governo federal um projeto que não foi a escolha da população. Esse é o xis da questão. O governo já não esconde qual é de fato seu projeto. Com a crise econômica internacional que começou em 2008 nos Estados Unidos (lembra?), a economia brasileira diminuiu o ritmo de seu crescimento. Se cresce menos, o governo federal tem menos dinheiro, então, é preciso cortar. A questão é: onde?
Prioridades Invertidas
De um lado, os ricos, os de direita queriam que o corte fosse nas políticas sociais, nos salários, nos direitos. 
De outro lado, os pobres, os trabalhadores, os de esquerda, queriam que fossem taxadas as grandes fortunas, os grandes salários, que se combatesse a sonegação fiscal etc. Dilma, em meio ao conflito que se instaurou depois que ela foi eleita, adotou uma política de conciliação. Desagradou a esquerda e não acalmou a direita. A esquerda, mesmo contra a política econômica, tentou impedir sua queda, mas as elites foram mais fortes, e ela caiu.  
Agora Temer quer implementar o programa dos ricos. A pergunta que surge é: o que fazer? Só há uma maneira de mostrar aos patrões, a Temer e à corja que assaltou o governo que quem produz a riqueza desse país são os trabalhadores. A melhor forma de fazer isso é parar tudo. Dia 22 de setembro será um primeiro ensaio em todo o país de greve geral. Então, nesse dia, faça paralisação você também, por nós e pelas próximas gerações. 

 

Edição: ---