Violência

Santarém registra 57 casos de estupro contra crianças e adolescentes

Balanço divulgado pela instituição Pro Paz é referente ao primeiro semestre de 2016

Belém (PA) |
Pro Paz Integrado Núcleo Santarém
Pro Paz Integrado Núcleo Santarém - Pro Paz/ Divulgação

De janeiro a agosto deste ano foram atendidos em Santarém, na região Oeste do Pará, 57 casos de estupro contra crianças e adolescentes e 75 casos de denúncias de suspeita de abuso sexual. Os dados fazem parte do balanço semestral do Pro Paz Integrado, junto com a Delegacia Especializada no Atendimento a Crianças e Adolescentes (Deca).

De acordo com Diane Castro, assistente social do Pro Paz Integrado Núcleo Santarém, nesse mesmo período de 2015 foram registrados 55 casos de estupro contra meninos e meninas e 51 casos de suspeita de abuso sexual. As vitimas, segundo Diane, chegam fragilizadas e com medo, pois na maioria dos casos os abusadores fazem parte do seu convívio familiar, e muitos chegam a ameaçá-las. “São pais, padrastos, tios, primos, vizinhos, amigos da família, avôs, pessoas em que as crianças confiam e que nunca poderiam imaginar que elas poderiam lhes causar algum mal”.

A assessoria de comunicação da Pro Paz Belém informou, por meio de nota, que de janeiro de 2015 a julho de 2016 somente na região do Baixo Amazonas foram atendidos 504 casos de crianças e adolescentes vítimas de diferentes casos de violência, dentre elas física, psicológica e sexual.

Santarém integra a região e é banhada pelos rios Tapajós, Arapiuns e Amazonas. Mesmo mantendo um ar bucólico, a cidade sofre com as consequências da expansão da soja, com a mineração e com as construções de empreendimentos de infraestrutura para esses projetos como portos e estradas, trazendo sérias ameaças às populações tradicionais da região, no qual crianças e adolescentes são as mais atingidas.

Segundo a Pro Paz Belém, o crescimento do número de casos registrados de violência sexual contra meninos e meninas se deve pela descentralização do serviço para o interior, o que gerou atendimento especializado para diferentes regiões. 

Outro fator “é que as pessoas estão perdendo o medo de denunciar” como aponta Antônia Vita, conselheira tutelar da cidade. Antônia explica que sse fator também é resultado de processos formativos e educacionais. “Realizamos atividades socioeducativas de prevenção e combate à violência contra a criança e o adolescente nos bairros da cidade, medidas importantes de conscientização para a população”, completa.  

Edição: José Eduardo Bernardes

Edição: ---