Coluna

Crivella e o reino da dissimulação

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Crivella (PRB) já pode ser considerado um especialista em dissimulação

O Prefeito eleito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), já pode ser considerado um especialista em dissimulação, o que fez o tempo todo durante a campanha eleitoral quando dizia uma coisa e nos bastidores fazia algo completamente diferente.

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Exemplo mais recente envolve o político Garotinho, que Crivella jurava por tudo que era sagrado que ele não apitava em sua campanha. Mal terminou a eleição aparece o próprio Garotinho para revelar que foi um consultor político na campanha de Crivella. E, por sinal, não houve desmentido.

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Passado o período eleitoral, Crivella segue seu esquema de dissimulação, que no fundo tem o objetivo claro de enganar os incautos. Antes de mostrar o exemplo mais recente das verdadeiras mentiras de Crivella, vale mencionar o que disse em uma entrevista para o jornal mais vendido do Rio de Janeiro, O Globo, o escritor pacifista israelense David Grossman, ao assinalar que em seus 62 anos de vida “nunca tive um dia de paz em minha vida”.

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Mas aí aparece Crivella dizendo à imprensa que viajaria para Israel com o objetivo de “descansar”. Mais uma dissimulação, porque em seu “descanso” em uma terra insegura como Israel, na verdade está cuidando de questões de segurança com as autoridades.

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E automaticamente quando trata dessa questão em Israel, Crivella dialoga com o Mossad, o serviço secreto daquele país onde o prefeito eleito do Rio foi “descansar”. E quando se fala em Mossad automaticamente remete-se a ações de repressão violentas contra os palestinos e também em outras partes do mundo, como faz a Central de Inteligência dos Estados Unidos, a CIA.

No seu “descanso” em Israel, Crivella, pelo que se informa, está também dialogando com autoridades daquele país, entre os quais o extremista primeiro-ministro Benjamin Netanyahu,

Mas Crivella antes de partir para Israel nada disse sobre, exatamente para evitar eventuais críticas de opositores da política de Israel, sobretudo em relação aos métodos truculentos do Mossad em várias partes do mundo, inclusive o do rapto, efetuado em Londres, de Mordechai Vanunu, um cientista israelense que denunciou seu país pelo desenvolvimento secreto de um programa nuclear que levou à fabricação de bomba nuclear.

Por estas e muitas outras que vão surgir no decorrer do tempo, é preciso muita atenção na gestão de Crivella na Prefeitura do Rio e também em seus discursos e cumprimento das promessas de campanha, de difícil efetivação, até porque o seu próprio partido, o PRB, apoiou integralmente a tal PEC 241 na Câmara dos Deputados, e que no Senado tem a numeração 55, que congela por 20 anos os gastos públicos e trará conseqüências funestas nas áreas de saúde e educação, como garantem os economistas independentes e que não rezam pela cartilha neoliberal.

Todo cuidado é pouco também pelo fato de o Estado do Rio de Janeiro estar falido em função do que foi cometido ao longo do tempo pelos governos de Sérgio Cabral e o atual Pezão, com a ajuda do interino Dornelles.

Diante da trágica situação falimentar, o governo do PMDB quer que a conta da incompetência e irresponsabilidade seja paga pelos funcionários públicos e ao mesmo tempo continuando a favorecer os ricos, inclusive com isenções fiscais a empresas, que poderiam estar rendendo pelo menos 100 bilhões aos cofres do Estado.

Não se exclui a possibilidade de que se amanhã diante de uma eventual falência do município, Crivella venha a repetir a dose estadual de exigir o pagamento da conta pelos mais pobres.

Tudo é possível, sobretudo por quem tem confirmado ser um dissimulador, como o bispo e agora prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella, cuja máscara caiu mais cedo do que se poderia imaginar. Se é que havia dúvidas.  

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