Coluna

Seis meses de retrocesso

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Temer e seus aliados tentam de todas as formas seguir iludindo os incautos

O desgastado governo do golpista Michel Temer (PMDB) acabou de completar seis meses e numa ofensiva publicitária para enganar incautos, a equipe de comunicação está divulgando vídeo tentando demonstrar a mentira segundo a qual está tudo melhor.

É apresentado como saldo positivo, vejam só, um “novo marco regulatório do Pré-Sal, que tira a obrigatoriedade de participação da Petrobrás e abre espaço para empresas estrangeiras”. E a Shell não perdeu tempo, tanto assim que um dos prepostos da empresa no Brasil já se reuniu com Temer e está a anunciar altos investimentos por aqui.

Como empresas como a Shell não arriscam, só decidem investir em algum país quando as autoridades locais facilitam o lucro.
É o que prometeu equipe de Temer às multinacionais do setor, que já se sentiam estimuladas desde que o parceiro da Chevron, o atual ministro José Serra quando era senador apresentou o projeto de favorecimento das empresas petrolíferas debilitando o poder da Petrobrás na área do pré sal.

Na verdade, os seis meses do governo golpista de Michel Temer levaram o Brasil a um retrocesso de décadas e a depender dos setores que colocaram o atual presidente controlando o país, o retrocesso será ainda mais devastador.

Mas Temer segue com o apoio da mídia conservadora, que mesmo assim começa a preparar o terreno para os setores ainda mais retrógrados e neoliberais que almejam a conquista do poder tirando o atual golpista do governo, numa repetição, como farsa, de um golpe dentro de um golpe.

São cada dias mais claros os comentários ainda pequenos, mas num crescendo, admitindo a possibilidade de que daqui a dois ou três meses, ou seja, já em 2017 seja decidida a troca de guarda através de eleição indireta. Não aparecem mais, como a partir de abril de 64, os generais de plantão que se mantiveram no poder a custa de dura repressão aos oposicionistas.

Hoje, os tempos são outros e um retorno dos militares como nos 21 anos de ditadura que viveu o país, não teria como resistir. Os métodos mudaram, mas em essência a proposta que originou a ascensão do então general Castelo Branco como primeiro ditador está de pé e se reflete nos dias atuais pelos retrocessos das conquistas sociais e redução do poder aquisitivo da maioria da população brasileira.

Hoje não existe mais Roberto Campos ou Otávio Gouveia de Bulhões, os então responsáveis pela economia, para levar adiante o arrocho salarial e os retrocessos sociais, mas outras figuras aparecem como Henrique Meirelles, para infernizar a vida de amplas parcelas do povo brasileiro.

Mas à medida que os contingentes anestesiados pela lavagem cerebral presente na mídia eletrônica conservadora - leia-se Rede Globo e outras - começarem a despertar para a dura realidade, aí o governo golpista, seja de Temer ou outro que surgir numa eventual eleição indireta, sentirão os efeitos da autodefesa dos que estão perdendo direitos.

É tudo uma questão de tempo e, claro, também dependendo da ação dos movimentos da população em reação ao que está fazendo o atual governo ilegítimo.

Possivelmente tendo clareza de que a reação virá, o governo golpista de Michel Temer e seus aliados tentam de todas as formas seguir iludindo os incautos, como faz agora ao apresentar o vídeo sobre os seis meses de usurpação tentando convencer que tudo está muito melhor.

Então cabe a pergunta: melhor para quem? Melhora no Estado do Rio de Janeiro onde o governo, também do PMDB, é o principal responsável pela falência do Estado e quer parcelar em sete vezes o pagamento do salário dos servidores? É conceder isenção fiscal a empresas que bancaram a campanha eleitoral de Pezão e ainda mais 20 joalherias?

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