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“Eu, Daniel Blake” e a "Ponte para o futuro" no Brasil

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“Eu, Daniel Blake” deveria ser exibido para debates em sindicatos e associações de trabalhadores
“Eu, Daniel Blake” deveria ser exibido para debates em sindicatos e associações de trabalhadores - Divulgação
Filme prevê o que será para os trabalhadores a “Ponte para o futuro”

O cineasta Ken Loach brindou os espectadores com a importante obra escrita por Paul Laverty intitulada “Eu, Daniel Blake”, um filme britânico-franco-belga que estreou nestes dias aqui no Brasil. O filme, trocando em miúdos, poderia se chamar “Ponte para o futuro” porque essa proposta apresentada pelos golpistas brasileiros com ramificações internacionais no final das contas afetará negativamente milhões de trabalhadores. A película recebeu, merecidamente, a Palma de Ouro no Festival de Cannes-2016.

“Eu, Daniel Blake” retrata a vida de um trabalhador que teve de parar de trabalhar por questões de saúde e necessita do Estado para sobreviver até conseguir voltar ao emprego onde se afastou depois de ter tido um enfarte

Embora o drama apresentado por Loach aconteça na Inglaterra, a história é universal e ganha relevância aqui no Brasil ocupado por um governo golpista que está provocando um tremendo retrocesso social ao exigir que os trabalhadores paguem a conta do buraco orçamentário de responsabilidade integral da classe dominante.

O filme não deixa de ser para os brasileiros uma mostra do que será o país se os fundamentos da proposta “Ponte para o futuro” do usurpador Michel Temer for levada até as últimas consequências.

“Eu, Daniel Blake” deveria ser exibido para debates em sindicatos e associações de trabalhadores como um alerta do que poderá acontecer no Brasil se o projeto de exigir que os trabalhadores paguem a conta da crise financeira não for estancado.

Nesse sentido o filme de Ken Loach, embora relate o drama de milhares de ingleses que mofam na fila dos centros de assistência social à espera do seguro, é um aviso para os trabalhadores dos países periféricos que estão sendo governados, no caso do Brasil de forma ilegítima, por dirigentes que tentam levar até as últimas consequências um projeto de enfraquecimento do Estado e que acarretará sem dúvida maior desemprego e total desamparo social.

No caso do Brasil ainda mais a substituição do Estado por empresas privadas na área da Previdência com o projeto de reforma apresentado, com fundamentos mentirosos. E ainda por cima com o agravante que o projeto intitulado “Ponte para o futuro” conta com o apoio irrestrito da mídia comercial conservadora, que ao analisar o filme de Loach não menciona o fato da película remeter aos acontecimentos atuais do Brasil.

É isso que os golpistas usurpadores que tomam conta do Brasil querem, ou seja, levar adiante um projeto de enfraquecimento do Estado que trará consequências nefastas para os trabalhadores. É isso que Loach quer mostrar e advertir em um momento em que os executores desse tipo de política econômica pouco se importam com as consequências.

Quanto ao filme vale destacar também o desempenho dos atores, a começar por Dave Johns que interpreta magnificamente o papel de Daniel Blake e Hayley Squires, uma atriz britânica que valoriza a personagem também vítima do sistema econômico vigente na Inglaterra.

Em suma, recomenda-se aos brasileiros que estão sendo submetidos a uma lavagem cerebral com mentiras que não se sustentam a assistirem o quanto antes “Eu, Daniel Blake", que pode ser qualquer trabalhador de um país submetido ao nefasto projeto neoliberal como o do golpista usurpador Michel Temer.

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