Coluna

Justiça brasileira não pode deixar de enquadrar deputado racista

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Deputado Jair Bolsonaro, apoiado por judeus de extrema direita, ofendeu quilombolas
Deputado Jair Bolsonaro, apoiado por judeus de extrema direita, ofendeu quilombolas - Memória EBC
Parlamentar boquirroto que não pode mais seguir impune

Está na hora da Justiça enquadrar o deputado Jair Bolsonaro por racismo. Em palestra no clube Hebraica-RJ, o nazifascista, apoiado por judeus de extrema direita seus seguidores, ofendeu quilombolas e o que ele disse é uma demonstração clara de racismo que os brasileiros, sejam negros ou brancos, não podem aceitar calados.

Tão lamentável como o pronunciamento foi a reação da platéia, que envergonha qualquer comunidade, ainda mais a que foi vítima do nazismo do III Reich. É inadmissível que extremistas judeus que foram escutar o parlamentar sigam se pronunciando nas redes sociais como se o que fizeram faça parte de uma normalidade. Não é. O que aconteceu no clube localizado na rua das Laranjeiras foi de fato uma aberração que merece o repúdio de toda a sociedade brasileira, seja qual for a origem.

Do lado de fora da Hebraica ocorreram protestos por parte de judeus e não judeus que demonstraram repúdio pelo que estava acontecendo, realmente uma afronta às vítimas do III Reich e da ditadura empresarial militar que o parlamentar racista sempre apoiou e chegou até a saudar efusivamente o torturador reconhecido pela Justiça, Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Espera-se que a Justiça brasileira acate a ação contra o deputado racista, porque se não o fizer estará compactuando com uma forma de manifestação abjeta e totalmente ilegal. E que envergonha brasileiros e brasileiras, minimamente conscientes...

Quanto aos judeus extremistas que foram à Hebraica fica a advertência: vocês não aprenderam a lição da história, não têm memória e são farinha do mesmo saco que o ser abjeto chamado Jair Bolsonaro. Vocês na II Guerra Mundial provavelmente agiriam como os capos que prestavam serviços ao opressor denunciando vítimas do nazismo para se safar. Algo vergonhoso e que aconteceu mesmo.

Com a palavra a Justiça brasileira, que terá de responder ao pedido de abertura de um processo contra quem ofendeu uma parte, a maior parte, representativa do povo brasileiro, ou seja, os afrodescendentes, ofendidos por um parlamentar boquirroto que não pode mais seguir impune com as barbaridades que costuma vomitar, como repetiu na Hebraica-RJ.

E vale sempre repetir, o deputado defensor de torturadores e tudo mais, é também um apoiador incondicional de outro extremista de direita chamado Benyamin Netanyahu, defendido também pelos que foram a Hebraica prestigiar o aliado racista.

Denunciar e criticar duramente o que aconteceu na Hebraica-RJ é também homenagear os que foram vítimas da ditadura empresarial militar como Vladimir Herzog e tantos outros brasileiros e brasileiras que repudiaram o arbítrio e todas as formas de opressão. Da mesma forma é prestar homenagem às vítimas do nazifascismo e repudiar os capos que faziam jogo do opressor para obter benesses.

Verdades omitidas sobre a mais recente tragédia na Síria

Não precisa ser especialista em questões militares para concluir que bombardeios aéreos com armas químicas não acontecem por via aérea. Até porque nenhum caça conduz armas químicas. Se acontecesse poderia detonar em pleno vôo. É importante esse esclarecimento, que anula o noticiário dos jornalões e telejornalões sobre os lamentáveis acontecimentos na Síria, através de um noticiário manipulado grosseiramente.

Até o extremista governante de Israel, Benjamin Netanyahu foi acionado para condenar o governo sírio pela utilização de armas químicas que provocaram centenas de mortes. E na maior hipocrisia, o extremista israelense condenou o fato de terem sido atingidas crianças e mulheres com as armas químicas. Esqueceram de mencionar que Netanyahu é responsável por sucessivos bombardeios em Gaza e mesmo na Síria, que provocaram mortes, inclusive com a utilização de produtos químicos proibidos por convenção internacional.

O que houve na Síria e não vem sendo noticiado é que a Força Aérea síria bombardeava alvos de terroristas e foram atingidos locais onde estavam sendo armazenadas armas químicas, o que provocou a tragédia. Em outras palavras, não foram os caças sírios que bombardearam com armas químicas, mas sim foram atingidos alvos de locais onde os terroristas, apoiados pela Arábia Saudita e, segundo denúncias, por Israel e outras nações do Golfo, preparavam armas químicas para utilização contra a população civil na Síria e no Iraque.

A mídia comercial conservadora dos mais variados quadrantes mentiu e manipulou a informação com o claro objetivo de incriminar o governo de Bashar Al Assad, que nem armas químicas possui. A mentira no noticiário tem o claro objetivo de enganar leitores e telespectadores, para favorecer a política dos terroristas que agem na Síria, financiados pelos governos dos EUA, também por países como França e Inglaterra, para não falar da Turquia, Catar e os já mencionados Israel e Arábia Saudita.

Na prática a mídia comercial conservadora com o afã de queimar o governo sírio, na prática, com a manipulação, está absolvendo e até fortalecendo terroristas que cortam cabeças, estupram e queimam pessoas vivas na Síria e Iraque. Essa é a verdade que está sendo escamoteada e que também ajuda a prolongar o banho de sangue a que está sendo submetido o povo sírio.

Na verdade, toda vez que se vislumbra alguma possibilidade de conversações visando o fim do banho de sangue acontece alguma coisa do tipo de arrepiar os cabelos e que provoca grande indignação. Mas pelo noticiário manipulado, o alvo tem sido o governo sírio e de quebra a Rússia, especialmente se tentando queimar a imagem do Presidente Vladimir Putin. O Irã, por estar apoiando o governo sírio, também entra de roldão no noticiário negativo que visa iludir incautos e que aceitam de bom grado o esquema do senso comum.

Resta, portanto, acompanhar o noticiário sobre os acontecimentos na região e verificar o desdobramento dos recentes acontecimentos. E, claro, não se deixar enganar pela manipulação da informação.

* Mário Augusto Jakobskind é jornalista, integra o Conselho Editorial do Brasil de Fato no Rio de Janeiro, escritor e autor, entre outros livros, de Parla - As entrevistas que ainda não foram feitas; Cuba, apesar do Bloqueio; Líbia - Barrados na Fronteira e Iugoslávia - Laboratório de uma nova ordem mundial.

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