Guerrilhas

Paramilitarismo é maior obstáculo à paz na Colômbia, dizem FARC e ELN em Havana

Nicolás Rodríguez, do ELN, ressaltou responsabilidade do Estado colombiano pela violência armada da extrema-direita

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Processo de paz entre governo e FARC se encontra em período de implementação, enquanto com a ELN também está se encaminhando
Processo de paz entre governo e FARC se encontra em período de implementação, enquanto com a ELN também está se encaminhando - Divulgação

Representantes das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do ELN (Exército de Libertação Nacional) se reuniram nesta quinta-feira (11) em Havana, Cuba, onde reafirmaram o compromisso com seus respectivos processos de paz e denunciaram o fortalecimento do paramilitarismo na Colômbia.

Em conferência de imprensa, Nicolás Rodríguez, do Comando Central do ELN, disse que a violência armada da extrema-direita é o “obstáculo mais grave” à paz. Ele ressaltou a “grande responsabilidade” do Estado colombiano por esse “grave fenômeno” e lembrou a “quantidade de líderes comunitários assassinados” por paramilitares durante o processo de paz com as duas guerrilhas.

“Até agora, não vemos vontade de uma luta frontal por parte do Estado e do governo contra o paramilitarismo”, disse Rodríguez. “A paz não pode ser retórica, mostrar feitos concretos é essencial.”

Timoleón Jiménez, chefe das FARC, expressou a satisfação da guerrilha pelos resultados do encontro em Havana e reafirmou a disposição de cumprir com os compromissos assumidos no acordo de paz alcançado entre FARC e governo de Juan Manuel Santos em novembro do ano passado.

Este é o primeiro encontro público entre FARC e ELN, que escolheram a capital cubana para sua reunião “histórica” para compartilhar experiências sobre seus respectivos processos de paz. Havana também sediou durante quase quatro anos o diálogo de paz entre as FARC e o governo colombiano.

FARC e ELN divulgaram declaração conjunta ressaltando que mantêm “objetivos comuns, com caminhos diferentes, porém complementares, com o de buscar que a sociedade tenha uma função protagonista no alcance da paz”.

As guerrilhas também afirmam que coincidem na disposição de “tornar os direitos das vítimas o cerne da busca pela paz”. “Buscaremos que o presente esforço pela solução política envolva as distintas forças que participam do debate para as eleições de 2018 e trataremos de evitar que os chamados à guerra que faz a extrema-direita revertam este impulso por alcançar um novo país com igualdade”, diz a declaração.

O processo de paz entre governo e FARC se encontra em processo de implementação, enquanto o ELN e representantes do Executivo de Santos voltam a se reunir em 16 de maio em Quito, no Equador, para retomar o diálogo para estabelecer um acordo de paz. 

Edição: Opera Mundi