O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira (22) do programa “Hora do Rango”, veiculado pela Rádio Brasil Atual. Em meio às análises, Lula ressaltou a atual debilidade econômica do país. "A pobreza voltou ao Brasil, já não tinha mais gente pedindo esmola nas ruas de São Paulo, agora já tem. Cresceu o número de gente na rua. Isso não se resolve com polícia, isso resolve com política social, isso se resolve envolvendo as instituições que existem, envolvendo as igrejas", diz.
Em quase duas horas de conversa, Lula falou da questão da pobreza nas grandes cidades, lembrando da fracassada operação contra usuários de crack em São Paulo; além de apresentar músicas que acompanharam sua trajetória política, sobre a operação Lava Jato e uma possível candidatura em 2018.
"Se houver necessidade, se não tiver outra pessoa, tenho a disposição de provar que esse país não precisa de um governante, esse país precisa de alguém que saiba cuidar do povo. A palavra é cuidar, como se estive cuidando de um filho, de uma filha, de uma mulher, é cuidar com carinho, é tratar as pessoas com respeito".
O ex-presidente avaliou também que durante os 13 anos de governo do Partido dos Trabalhadores, o Brasil defendia uma atuação altiva perante os demais países. E que, após o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, o país não tem mais o mesmo prestígio e tem sofrido com isso.
"Estamos diante de um golpe, estamos vendo o Brasil empobrecido, o Brasil injuriado diante do mundo. O Brasil era protagonista e hoje virou motivo de vexame. O presidente não é respeitado na Rússia, não é convidado para nada. O Brasil tinha virado motivo de orgulho".
Sobre a operação Lava Jato, Lula voltou a afirmar sua inocência: "Já provei minha inocência, quero que eles provem minha culpa. Eles mexeram com a pessoa errada, e eu vou até as últimas consequências para provar a minha inocência."
O processo que julga se o ex-presidente era dono de um tríplex no litoral sul de São Paulo está nas mãos do juiz de primeira instância Sergio Moro, que ainda não tem data para proferir sua decisão.
Edição: Vivian Fernandes
