No mundo, 40% das pessoas com tuberculose não estão sendo diagnosticadas. A informação é do documento "Out of step (Descompasso)", que compila dados de mortes e saúde pública sobre a tuberculose e foi produzido pela organização médico-humanitária internacional de Médicos Sem Fronteiras (MSF) em conjunto com a Stop TB Partnership.
"A tuberculose mata 1,8 milhão no mundo hoje e faz dela a doença mais letal: a cada 18 segundos, uma pessoa morre de tuberculose. A gente acredita que é inaceitável que uma doença tão antiga seja a principal causa de morte entre todas as doenças infecciosas", relata o médico Felipe Carvalho, da Campanha de Acesso a Medicamentos da MSF.
Ao todo, foram estudados os diagnósticos e tratamentos de 29 países. Segundo o médico, os dois maiores problemas relacionados à doença são o diagnóstico e o tratamento.
"O tratamento é longo, tóxico, pesado, cheio de efeitos colaterais e com uma taxa muito baixa de eficiência", destaca Carvalho.
A boa notícia é que, segundo ele, o Brasil é um dos sete países que utiliza os melhores métodos no tratamento e diagnóstico de tuberculose.
No mês passado, o país lançou o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, assumindo o compromisso com a Organização Mundial da Saúde (OMS) de reduzir a incidência da doença na população mundial, que é de 33,7 casos para cada 100 mil habitantes.
O relatório foi lançado nesta semana em que ocorre a reunião do G20, que acontece nesta sexta (7) e sábado (8) em Hamburgo, na Alemanha. O G20 reúne grandes países de economia industrializada e emergente e, pela primeira vez, incluirá o tema da saúde na pauta de discussões.
Prevenção
No último sábado (1) foi comemorado o Dia Internacional da vacina Bacilo de Calmette e Guéri (BCG). A vacina, que age contra o agente causador da tuberculose (mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch), é aplicada em dose única em recém-nascidos até o primeiro mês de vida. Normalmente, deixar uma marquinha permanente na pele.
O Saúde Popular conversou com Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), sobre a imunização em bebês e eficácia desta vacina:
"A vacina tem uma eficácia muito boa na prevenção das formas graves de tuberculose, mas não previne casos comuns de tuberculose, como a pulmonar. Essa vacina é recomendada para países onde existem números de casos significativos de tuberculose, como o nosso", explica o pediatra.
Kfouri revela que a produção brasileira da vacina é exportada: "A vacina utilizada no Brasil é fabricada aqui mesmo, no Rio de Janeiro. Ela é uma das melhores BCGs do mundo."
Edição: Camila Rodrigues da Silva