Coluna

Mercado e PSDB querem ditar as cartas que apontam para o retrocesso

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Temer beira o ridículo em suas incursões no exterior. Na imagem, o ilegítimo na Cúpula do G20 em Hamburgo, na Alemanha
Temer beira o ridículo em suas incursões no exterior. Na imagem, o ilegítimo na Cúpula do G20 em Hamburgo, na Alemanha - Beto Barata/PR
Momento político no Brasil pode piorar, seja com Temer ou Rodrigo Maia

O Brasil está em compasso de espera acompanhando os acontecimentos. De um modo geral as denúncias contra o golpista Michel Temer têm sido avassaladoras e se tudo correr sem algum tipo de acórdão o destino do presidente ilegítimo está selado. Tanto assim que algumas manchetes da mídia comercial conservadora já reservam ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia a Presidência da República. O fato de Maia também ser acusado por recebimento de propina não é levado em conta, porque, com a cumplicidade do mercado e do PSDB, desde que o deputado se comprometa a levar adiante as reformas que levarão o Brasil andar para trás, está, para eles, tudo resolvido.

Quer dizer, Temer acusado de corrupção passiva poderá ser processado desde que os Deputados decidam nesse sentido, como O Globo praticamente está adiantando. Além disso, o presidente interino do PSDB, Senador Tasso Jereissati, já admitiu o nome de Rodrigo Maia como substituto. Assim caminha o mundo político brasileiro, esquecendo sempre que quem deve dar a última palavra é o povo e não políticos comprometidos com o projeto neoliberal, como notoriamente é Jereissati e o preferido da vez, Rodrigo Maia.

Se os políticos comprometidos com o retrocesso pensam que Maia assumindo a Presidência por seis meses, e mesmo depois desse prazo sendo eleito pelo Congresso, está tudo resolvido, cometem novo engano, como fizeram no ano passado com a derrubada, absolutamente sem provas, da então Presidenta Dilma Rousseff.

A principal jogada de Jereissati e outros políticos do gênero é garantir as reformas neoliberais que não deram certo em lugar nenhum. Para eles Temer, desgastado como está, perdeu as condições políticas necessárias para levar adiante o projeto e depositam toda a esperança no patético Rodrigo Maia.

O mercado, por sinal, está pouco se importando com o fato de o nome de Maia aparecer também como acusado de recebimento de propina. O que querem mesmo é preservar a equipe econômica tendo a frente o aposentado do Banco de Boston e atual Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Também não se importam com o fato de Meirelles ter prestado, por pelo menos quatro anos, serviços à J&F, ligada a JBS de Joesley Batista, considerado um meliante por gregos e troianos. Paira total silêncio na mídia comercial conservadora sobre os serviços prestados por Meirelles ao esquema da JBS.

Realmente, o cadáver político hoje representado por Temer beira o ridículo em suas incursões no exterior. Para tentar ainda convencer políticos comprometidos com o retrocesso se vale até de um suposto elogio à sua política econômica por parte do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas ao mesmo tempo tenta demonstrar que segue a política de preservação do meio ambiente que Trump repudia. O que importa para Temer é evitar que seja julgado pelo STF, aí vale citar até Trump, mesmo que incorra em contradições.

É esse o momento político que atravessa o Brasil, que daqui para frente poderá piorar com Temer ou Rodrigo Maia, dependendo do que for decidido na Câmara dos Deputados, cuja Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), tendo como relator Sergio Zveiter, que já advogou para as Organizações Globo, dará a conhecer o seu parecer sobre a primeira acusação contra Temer sobre corrupção passiva. Ainda tem obstrução de justiça e organização criminosa.

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