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Ofensiva da mídia comercial latino-americana contra Venezuela é uma escalada golpista

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Posições favoráveis à Constituinte (acima) não têm cobertura da mídia tradicional
Posições favoráveis à Constituinte (acima) não têm cobertura da mídia tradicional - Camila Rodrigues da Silva/BdF
Fica valendo apenas o que dizem os oposicionistas

A ofensiva da mídia comercial conservador contra o governo de Nicolas Maduro se intensifica a cada dia. Jornais como O Globo - o mais vendido do Rio de Janeiro e outros na mesma linha agrupados no grupo Diário das Américas - dedicam diariamente pelo menos uma página para acusar o governo bolivariano e apoiar a oposição, que não esconde o objetivo de tomar o poder a qualquer custo.

Seguindo a mesma trilha, o governo golpista chefiado por Michel Temer segue os passos do governo Donald Trump e outros do continente latino-americano como o da Argentina. Os argumentos são sempre os mesmos, mas a mídia comercial conservadora não divulga os argumentos contrários aos que pregam os que querem derrubar o governo Maduro. Fica valendo apenas o que dizem os oposicionistas. E tudo isso acontece diariamente nos jornalões e telejornalões.

Chegaram ao ponto de divulgar que o povo venezuelano se manifestou em um plebiscito contra o governo do presidente Maduro e também contra a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, medidas sobre as quais Trump manifestou posição contrária e ameaçou com represálias econômicas caso se realize a eleição marcada para o próximo dia 30 de julho.

Na cobertura do plebiscito badalado pela mídia comercial conservadora, foram mostradas imagens de manifestações em favor da Constituinte, que se realizava no mesmo domingo, com se fossem da escalada golpista proporcionada pela oposição, coordenada com forças retrógradas do continente latino-americano.

Para se ter uma ideia do grau de comprometimento do governo usurpador brasileiro, uma das primeiras ações que o preso político Leopoldo Lopez fez ao lhe ser concedida prisão domiciliar foi telefonar para o putrefato político Michel Temer para agradecer o seu empenho para com ele.

Lopez, condenado por incitar a violência, foi cumprir a pena em casa, mas não reconheceu o que fez o governo venezuelano com o objetivo de distensionar o país. Preferiu agradecer o ilegítimo que ocupa o governo brasileiro que em várias oportunidades tem se manifestado contra o governo Maduro, seguindo os passos do Departamento de Estado norte-americano.

Nesse sentido, o golpista ilegítimo participou de uma reunião do Mercosul na Argentina, na qual, em conluio com o presidente argentino Maurício Macri e o paraguaio Horácio Cortez, cerrou fileiras contra o governo constitucional da Venezuela. Procedimento igual ao que fizeram na Organização dos Estados Americanos (OEA), estimulados pelo secretário geral da entidade, Luis Almagro, para radicalizar conta o governo Maduro, mas lá não conseguiram efetivar o apoio golpista, porque vários países independentes se posicionaram contra.

Ao mesmo tempo, o trio brasileiro, argentino e paraguaio, que na prática segue a orientação do governo dos Estados Unidos, tem todo o apoio da mídia comercial conservadora para intensificar a escalada em favor dos grupos oposicionistas da direita venezuelana que só age com vistas a derrubar o governo constitucional.

No tal plebiscito ultra badalado pelos meios de comunicação conservadores da América Latina, aconteceram fatos superdimensionados para demonstrar ter ocorrido um grande número de votantes. No Rio de Janeiro, por exemplo, um grupo de venezuelanos foi votar numa urna localizada na Lagoa e a informação divulgada é que cem por cento votaram contra o governo Maduro.

É assim que tocou a banda, sem comprovação de que o total de votantes teria sido o divulgado pelos que realizaram o plebiscito. Na verdade, mais do que um plebiscito, o que aconteceu mesmo foi de fato uma escalada golpista orquestrado por alguns países, liderados pelos Estados Unidos. Mas isso jamais seria divulgado pela mídia comercial conservadora, porque se o fosse o acontecimento perderia a credibilidade e não cumpriria objetivo de enganar os incautos.

E para reforçar o esquema golpista, os meios de comunicação conservadores superdimensionaram o lockout de alguns empresários contra o governo Maduro. O movimento golpista de alguns empresários foi divulgado como se fosse uma greve e não um lockout de um grupo de empresários. O referido movimento não passa da mesma escalada golpista.

Vale então assinalar que greve é um movimento de trabalhadores, enquanto lockout é uma ação de empresários, fato acontecido em outros movimentos golpistas, como, por exemplo, no Chile quando do golpe chefiado pelo assassino Augusto Pinochet contra o presidente constitucional Salvador Allende, também com o apoio incondicional do então governo estadunidense sob o controle de Richard Nixon e do secretário de Estado, Henry Kissinger.

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