Continental

Movimentos iniciam articulação da Jornada pela Democracia e Contra o Neoliberalismo

Convocada para novembro no Uruguai, evento conta com encontros preparatórios; o primeiro acontece nesta terça, em SP

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
A Jornada Continental pela Democracia é uma resposta aos governos neoliberais da região
A Jornada Continental pela Democracia é uma resposta aos governos neoliberais da região - Mídia Ninja

A resistência dos povos contra o capitalismo e contra a ofensiva neoliberal na América Latina está no centro do debate da Jornada Continental pela Democracia.

Nesta terça-feira (22), a cidade de São Paulo sedia o primeiro ato público de construção da jornada. O evento ocorre às 19h, no auditório do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (APEOESP), que fica na Praça da República, 282.

A expectativa da Jornada é levar 3 mil pessoas para Montevidéu, no Uruguai, entre os dias 16 e 18 de novembro. O texto da convocatório afirma que "um dos principais pontos de nossa agenda de ação e mobilização se manifesta na luta contra o domínio do mercado sobre nossas vidas, o rechaço ao livre comércio e o alto poder das transnacionais”.

A articulação da Jornada se baseia na construção dos seguintes eixos: a integração da luta, a luta pela democracia e soberania dos povos, o combate ao poder das transnacionais e a luta contra o livre comércio. O objetivo é dar visibilidade aos temas das transnacionais e os impactos sociais e ambientais que elas têm provocado no Cone Sul.

Tica Moreno, militante da Marcha Mundial das Mulheres, considera que o momento no qual o Brasil está é propício para se articular internacionalmente para fazer frente a essa nova ofensiva do neoliberalismo, que tem fortemente um caráter estrutural patriarcal, racista e neocolonial.

“Na luta pela democracia a gente apresenta a agenda da integração regional a partir dos povos, que é a tentativa de construir um outro modelo de economia que não seja baseada no lucro do mercado, mas que a vida esteja no centro, com justiça social e ambiental e com igualdade”, ressalta Tica..

Outros encontros preparatórios devem acontecer no país nos próximos dias. Em 25 de agosto, por exemplo, ocorre em Natal, no Rio Grande do Norte, o encontro regional para a preparação para a jornada. Também como parte da Jornada, no dia 1º de setembro ocorre o ato em solidariedade à Venezuela.

O grande objetivo, segundo Tica, é a definição de uma agenda em comum de lutas para toda a América Latina.

Tchenna Maso, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Via Campesina, lembra que o cenário neoliberal brasileiro com o golpe e as reformas do governo golpista de Michel Temer (PMDB) não é diferente do que ocorre em toda a América Latina.

Ela menciona os golpes de Honduras e do Paraguai e a crise na Venezuela como resultado da captura corporativa de democracia e o fortalecimento das privatizações. “A gente desencadeou um novo processo de resistência, a exemplo da Frente Brasil Popular e colocamos de volta na esquerda brasileira a necessidade de se discutir um projeto popular de país e discutir saída para crise como um todo e volta a colocar a centralidade a discussão de um projeto de poder”, ressalta.

Para saber mais sobre a Jornada Continental, acesse o portal em espanhol: www.seguimosenlucha.wordpress.com

Edição: Vanessa Martina Silva