Rio de Janeiro

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Documentário que trata de racismo religioso será lançado no Rio de Janeiro

O estado do Rio de Janeiro lidera o ranking com o maior número de denúncias

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Heloisa Helena Costa Berto, Yalorixá Luizinha de Nanã
Heloisa Helena Costa Berto, Yalorixá Luizinha de Nanã - (foto: campanha Liberte Nosso Sagrado)

Os casos de intolerância religiosa são cada vez mais frequentes no Brasil. Dados da Secretaria dos Direitos Humanos, ligada ao Ministério da Justiça, apontam que a maior parte das vítimas são praticantes de religiões de matriz africana. O estado do Rio de Janeiro lidera o ranking com o maior número de denúncias.

As marcas de dor do povo negro revelam-se pelas denúncias de intolerância feitas por  praticantes de Candomblé e Umbanda e, também, pelos objetos religiosos apreendidos durante o período da  Primeira República (1889-1930) que encontram-se até hoje sob o domínio da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.

Para garantir o direito de realocação dos 200 objetos sagrados, o movimento negro, juntamente com lideranças religiosas da Umbanda e do Candomblé, pesquisadores e o mandato coletivo do deputado estadual Flávio Serafini, do PSOL, iniciaram a campanha Libertem Nosso Sagrado.

Entre as ações da campanha está o documentário Nosso Sagrado, que será lançado no próximo dia 11 de dezembro, às sete da noite, no Circo Voador, no bairro da Lapa, no Rio. A Pulsar Brasil conversou com Fernando Sousa, que assina, com outros dois cineastas, a direção do filme. Ele destacou que o documentário busca mostrar a violência promovida pelo Estado contra as religiões de matriz africana durante o período da Primeira República.

Sousa conta que o processo de produção do filme sensibilizou a equipe. De acordo com ele, o documentário também trouxe as histórias por trás das lideranças religiosas. O diretor ressaltou que a história da Mãe de Santo Luizinha de Nanã marcou muito a equipe. A liderança teve o seu terreiro de Candomblé destruído durante o processo de remoção da Vila Autódromo para a realização das Olimpíadas.

A estreia do filme ocorre no dia 11, como forma de celebrar o dia internacional dos Direitos Humanos. A ideia da equipe é utilizar a data para visibilizar ainda mais as questões que envolvem os povos tradicionais de matriz africana. A exibição do filme será gratuita. Para mais informações, acesse o evento ‘estreia do documentário Nosso Sagrado’ no Facebook.

Edição: Raquel Júnia