Coluna

Temer considera normal consultar Roberto Jefferson antes de nomear ministros

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Roberto Jefferson durante reunião da CPMI dos Correios, em 2005
Roberto Jefferson durante reunião da CPMI dos Correios, em 2005 - Agência Brasil
Filha de Jefferson, deputada Cristiane Brasil, foi para ministério do Trabalho

Mais uma baixa no Ministério do governo golpista lesa-pátria de Michel Temer. Desta vez, segundo anunciam os jornalões, foi a vez do Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, do PRB. O político, que preside o referido partido como Ronaldo Nogueira, do PTB, que ocupava o Ministério do Trabalho, pretende se reeleger para a Câmara dos Deputados e deve ter avaliado que continuar prestando serviços ao governo Temer poderia lhe custar a perda do mandato.

E assim começa o ano do governo usurpador de Temer, cujo programa continua tendo o apoio da mídia comercial, que o apresenta como “salvador da pátria” e diariamente informa, com base em fatos duvidosos, os “avanços” na economia e tudo mais.

Enquanto isso, a ocupação do Ministério do Trabalho pelo PTB está tendo problemas, já que o primeiro indicado, o maranhense Pedro Fernandes, foi vetado por José Sarney, que o considera desafeto. O veto, que cinicamente o poderoso político do PMDB, mesmo sem mandato, nega, fez com que o presidente do PTB, Roberto Jefferson, se reunisse no Palácio Jaburu com o lesa-pátria Michel Temer — fato considerado normalíssimo pela mídia comercial, que prefere centrar críticas em figuras como Luiz Inácio Lula da Silva e outros do PT. Mas, quando a referência é Jefferson, não é lembrado o passado desse político, hoje presidindo o PTB.

Ou seja, para a mídia comercial, especialmente O Globo, a reunião do lesa-pátria Temer com Jefferson para decidir um impasse na indicação de um Ministro é considerado fato normal e sem problema de nenhum tipo. Na verdade, trata-se de uma demonstração inequívoca do grau de deterioração da política brasileira com a ascensão da patota golpista sob o comando de Temer.

E já se informa que o lesa-pátria Temer nomeou a filha de Roberto Jefferson, a deputada federal Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho, o que confirma também que o presidente do PTB tem força neste governo ilegítimo e também o grau a que chegou o momento político no país.

É realmente uma lástima o que acontece no país, mas a cobertura midiática segue como se tudo fosse absolutamente normal. Nesta altura, possivelmente muitos dos incautos que saíram às ruas, estimulados pela mídia comercial para apoiar o impeachment de Dilma Rousseff, devem estar talvez entendendo um pouco mais os acontecimentos em que se viram envolvidos por meio da manipulação da informação. Foram massa de manobra para acobertar a ascensão de um governo que encara com normalidade precisar de Roberto Jefferson e figuras marcadas do gênero para a escolha de Ministros.

Esse é o tempo que vive o Brasil tendo a frente não só o lesa-pátria Michel Temer como figuras como Eliseu Padilha, Moreira Franco e outros tantos, para não falar de apoiadores que se encontram presos acusados de responsáveis por desvios do erário público.

De qualquer forma, já estamos em 2018 e os golpistas atuais tentarão de tudo para evitar que sejam julgados nas urnas em 7 de outubro próximo. Estão desde já divididos e com dificuldades de indicar um candidato de consenso para disputar a eleição presidencial. Temem, na verdade, que o resultado eleitoral venha a ser contra as medidas que se anunciam quase todos os dias e com o apoio de quem manipula a informação.

Como primeira medida, os golpistas querem evitar que Lula venha a ser candidato e se confirmem as pesquisas que o apontam com favorito. O julgamento em Porto Alegre no próximo dia 24 poderá ser um indicativo, embora não definitivo, se o ex-presidente poderá vir a ser candidato agora em outubro.

Os golpistas têm consciência e temem o julgamento da opinião pública, porque sabem perfeitamente que mesmo com a manipulação da informação não conseguirão, como antes, enganar os eleitores. Daí surgirem diariamente informações dando conta da possibilidade de mudar o regime para parlamentarista ou semipresidencialista, com o objetivo de evitar que um presidente eleito possa vir atrapalhar os projetos de entrega das riquezas nacionais, com vem acontecendo no atual governo do lesa-pátria Michel Temer.

Resta, portanto, acompanhar com a máxima atenção os fatos atuais e de alguma forma se mobilizar para evitar mais um golpe, agora como continuidade do golpe acontecido em 2016.

Edição: Vanessa Martina Silva