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Politização é uma das marcas do carnaval de rua de Belo Horizonte

São esperados 3,6 milhões foliões na capital mineira

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Comandado pela sambista Aline Calixto, o Bloco da Calixto sai às ruas com o tema "Só love, só love" em 2018
Comandado pela sambista Aline Calixto, o Bloco da Calixto sai às ruas com o tema "Só love, só love" em 2018 - Fabrício Mendes/Divulgação
São esperados 3,6 milhões foliões na capital mineira

Se o assunto é bloco de rua, o carnaval Belo Horizonte tira nota dez. A diversidade é proporcional à alegria dos foliões. Nos últimos anos, a folia na capital mineira tem ganhado espaço e aos poucos vai virando tradição no carnaval brasileiro.

Para 2018, são esperados 3,6 milhões foliões em Belo Horizonte. A verdade é que uma das grandes marcas do carnaval de Belo Horizonte é a politização da festa. Todos os blocos trazem como pano de fundo alguma demanda, questionamento ou pauta sobre um determinado assunto. 

No bairro São Salvador, na região noroeste de Belo Horizonte, o Bloco da Língua reúne mais de mil pessoas para a folia. Rafael Gregório Malaquias, um dos organizadores do bloco, afirma que, além da festa, o objetivo é estimular um coletivo com consciência política.

"A gente percebeu que a gente não descentralizava só o carnaval. A gente estava descentralizando o acesso ao lazer e à cultura. Com isso, passou a ser pauta do bloco também a retomada da construção da área de lazer dos bairros São Salvador e Glória. A gente viu também que era uma luta nossa que estava aliada ao carnaval e que esse espaço poderia ser um espaço ocupado pelo bloco e por outros coletivos de cultura da região. Nos dois últimos anos, não tendo o espaço de lazer, a gente passou a descentralizar isso na própria rua. A gente realizou 'cadeiraços', cada um trouxe sua cadeira, refrigerante, cerveja, comida. Colocamos música e ocupamos os passeios e as ruas com esse movimento."

Em Venda Nova, região metropolitana de Belo Horizonte, o Bloco Anjos do Céu já completa dois anos de existência. Esse é outro coletivo que tenta trazer um aspecto a mais para a folia. Marco Antônio de Oliveira, presidente do bloco, explica que um dos objetivos do coletivo é melhorar o bairro.

“O nosso bloco não quer ser somente um bloco de rua, ele quer ser um movimento de resgate à cultura do bairro Céu Azul. A gente une esporte com outras atividades culturais e tenta encaixar na agenda. O nosso bloco não para durante o ano.”

Além dos mais de 300 blocos de rua, BH ainda conta com desfiles de escolas de samba e também blocos caricatos. 

A programação completa da festa pode ser conferida no site da prefeitura.

Edição: Amélia Gomes