Coluna

Lesa pátria Michel Temer usa máquina do Estado para concorrer à Presidência

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Temer usará a intervenção militar no Rio de Janeiro para tentar viabilizar seu nome para as eleições deste ano
Temer usará a intervenção militar no Rio de Janeiro para tentar viabilizar seu nome para as eleições deste ano - Marcos Corrêa/PR
Temer vai correr o Brasil e apresentar o decreto como a grande realização

A opinião pública assiste um tanto o quanto estupefata a possível indicação do lesa pátria Michel Temer como concorrente à Presidência da República. É um direito que assiste a qualquer político. O que é inadmissível é utilizar a máquina do Estado para tal fim. É notória a ginástica do golpista que ocupa o governo brasileiro com o decreto de intervenção militar na área de segurança do Estado do Rio de Janeiro.

Temer deve estar preocupado que ao final do mandato, tudo que ele conseguiu com o apoio da base aliada no Congresso, volte, por exemplo, as acusações de corrupção que pairam sobre ele sejam julgadas. Já se especula que a tomada de posição do lesa pátria que objetiva agradar incautos das camadas médias, tem por objetivo evitar que sua imagem diante da opinião pública se deteriore ainda mais.

O decreto, que na prática ainda nem mostrou sua linha de ação e os seus mentores, entre os quais o gato angorá Moreira Franco, ainda estão reunidos em Brasília para traçar as estratégias de ação. Enquanto isso, Temer vai aparecendo e provavelmente abrindo as comportas publicitárias consegue ter o apoio de alguns órgãos da mídia comercial, entre os quais, indubitavelmente as Organizações Globo.

Para se ter uma ideia ainda melhor de como segue a estratégia, o Ministro Carlos Marun já anda dizendo que a candidatura presidencial de Temer é uma realidade e será exitosa. Já se especula até que um dos principais mentores da candidatura será um dos integrantes da patota governamental, nada mais nada menos do que o gato angorá Moreira Franco.

Por estas e outras, de agora em diante o lesa pátria Michel Temer vai correr o Brasil e apresentar o decreto como a grande realização do seu governo golpista. Será um exercício de manipulação da informação com a colaboração de figuras como o Ministro da Defesa, Raul Jungman, que defende com entusiasmo, sempre utilizando falsos argumentos, a necessidade da tal estratégia de busca e apreensão coletiva, algo que jamais será utilizado para combater os verdadeiros chefões do crime organizado que se escondem em bairros ricos do Rio de Janeiro. O método defendido por Jungman e outros que estão aí mesmo para enganar os incautos vale apenas para as áreas da favelas e já provoca temor entre esses moradores.  

Aliás, não é de hoje que as forças policiais e mesmo militares utilizam tais métodos nas áreas pobres do Rio, sempre sob aplausos das camadas médias incautas que são convencidas que a violência urbana se origina nas favelas. Para esse setor, o verdadeiro crime organizado escondido nas áreas ricas não conta, porque dificilmente é divulgado pela mídia comercial.

De qualquer forma, a tentativa desesperada de colocar o lesa pária Temer nas alturas com o decreto destinado a enganar os incautos  pode ser, na verdade, uma das últimas tentativas para emplacar alguém que represente o ideário que está ocasionando o Brasil a recuar no tempo. Até porque, as figuras até agora mencionadas, como o aposentado do Banco de Boston e Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o patético Rodrigo Maia ou o governador paulista Geraldo Alckmin seguem com menos de dois dígitos nas pesquisas eleitorais.

A tal base aliada não quer correr o risco de perder o governo em uma consulta popular. Mas se Temer também não emplacar com o seu decreto enganador de incautos, é possível que o esquema de apoio absoluto ao setor financeiro decida por evitar a realização da eleição em 7 de outubro ou a aplicação de uma mudança no sistema que leve ao parlamentarismo e ao semipresidencialismo. Todo cuidado é pouco, pois quem deu o golpe em 2016 não tem cerimônia alguma em aprofundá-lo no tempo que resta até 7 de outubro.

Em tempo, curiosamente o golpista, desta vez Henrique Meirelles que dizia a todo instante que o Estado brasileiro não teria verbas para coisa alguma sem a aprovação da contra reforma da Previdência, agora anuncia a liberação de um bilhão de reais para a área de segurança do Rio de Janeiro. Então, porque não fez esse anúncio antes do decreto engana incautos de Michel Temer? A resposta não é difícil, ou seja, o governo mente sempre. Tentou o quanto pôde enganar a opinião pública com a defesa mentirosa, mas agora os golpistas mudaram de estratégia e tudo pode para fazer com que o decreto de Temer emplaque.

Edição: Brasil de Fato RJ