Coluna

Pensamento único dos colunistas de sempre é desserviço à democracia e ao jornalismo

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Empresas da grande mídia, em especial as Organizações Globo, não permitem o debate e as ideias divergentes
Empresas da grande mídia, em especial as Organizações Globo, não permitem o debate e as ideias divergentes - Levante Popular da Juventude
A pressão pelo posicionamento da Ministra Carmen Lúcia é notória

Um dos considerados colunistas de sempre, que mais defende o que vem acontecendo em todos os níveis em matéria do projeto executado pelo atual governo, é o articulista das Organizações Globo Merval Pereira. Diariamente em sua coluna de O Globo o referido esbraveja contra o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Em sua coluna deste sábado (10) praticamente bateu recorde ao decretar a prisão de Lula antes de qualquer definição e pautar a Ministra Carmen Lúcia, presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF).

Merval Pereira que de todas as formas quer a prisão de Lula e a imagem do fato seja divulgada com toda a pompa no Jornal Nacional e também na Globonews, onde ele aprece comentando geralmente o que publicará no dia seguinte nas páginas do jornal de propriedade da família Marinho.

É tão notório o engajamento de Merval, que a sua coluna está servindo de referência às mais variadas matizes aos projetos dos que assumiram o poder por um golpe parlamentar, que, por sinal, o colunista defendeu com unhas e dentes.

Nesse sentido, o que vale Merval e outros do gênero defenderem o que consideram liberdade de imprensa, quando diariamente deixam de lado o jornalismo para defenderem radicalmente pontos de vista parciais, de apoio total e absoluto ao projeto que vem sendo executado por políticos defensores do governo Temer encontrados na chamada base aliada.

Merval Pereira pouco se importa com as críticas à sua parcialidade e condena quem faz isso tachando-os de defensores do Partido dos Trabalhadores. Na verdade, quando se critica os tais colunistas de sempre, o que se faz é sempre defender os valores democráticos, que são desrespeitados exatamente pela mídia comercial, que geralmente silencia quem critica o pensamento único, além de ser uma postura perniciosa é também uma deformação do jornalismo.

Por que será que nos telejornais, não só das Organizações Globo como de outros canais, não se permite informações e debates de ideias divergentes ao pensamento da linha editorial desta ou daquela emissora de televisão. O mesmo raciocínio vale para os tais jornalões impressos.

No caso de Merval Pereira, quanto mais se aproxima a data marcada para as eleições de 7 de outubro, mais engajado com a causa em questão vai se tornando o colunista. No momento a prioridade é a prisão de Luis Inácio Lula da Silva, se possível com exclusividade da informação nos telejornais da emissora. No caso do STF, a pressão pelo posicionamento da Ministra Carmen Lúcia é notória. Quem não tiver o mesmo ponto de vista sobre não colocar em pauta do plenário do STF a questão do debate da validade da prisão após decisão da segunda instância será colocado a margem, ou seja,absolutamente ignorado. Mas Merval inverte a questão e acusa os que se opõem a que ele articula na coluna de pressionarem os ministros do STF.

Por estas e muitas outras é preciso a máxima vigilância em torno do noticiário da mídia comercial na questão referente ao ex-presidente Lula, que apesar do noticiário tendencioso de Merval Pereira continua liderando as pesquisas eleitorais, o que, claramente, preocupa os defensores do projeto que vem sendo levado adiante pelo atual governo golpista.

É também muita hipocrisia condenar quem critica, por exemplo, as Organizações  Globo, como aconteceu em relação ao protesto do MST no Parque Gráfico de O Globo em Duque de Caxias, ocorrido a 8  de março, no Dia Internacional das Mulheres. Não seria o caso de separar o joio do trigo, ou seja, separar a liberdade de imprensa da liberdade de empresa para tornar mais claro o real motivo do protesto?

Edição: Brasil de Fato RJ