Coluna

Lesa pátria tenta nova jogada para evitar ser julgado por várias denúncias

Imagem de perfil do Colunistaesd
Temer quer se reeleger pois, dentre outras coisas, sabe que será investigado depois de 31 de dezembro deste ano
Temer quer se reeleger pois, dentre outras coisas, sabe que será investigado depois de 31 de dezembro deste ano - Beto Barata/PR
Temer viria ao Rio de Janeiro para comemorar um mês de intervenção militar

As últimas notícias da edição de um dos jornalões paulistas, no caso O Estado de S. Paulo, indicam que o lesa pátria Michel Temer pretende se candidatar ao posto que ocupa indevidamente no pleito de 7 de outubro. Ele acredita, segundo o noticiário, no sucesso de seu projeto que está levando o Brasil a recuar muitos e muitos anos.

Temer possivelmente conta com a lavagem cerebral proporcionada pela mídia comercial apoiadora do retrocesso e que tem como figura de destaque o aposentado do Banco de Boston e também Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, uma figura que ainda não decidiu se será ou não candidato.

Na verdade, Temer teme ter de deixar o poder porque isso acontecendo terá de responder judicialmente as acusações que pesam sobre ele e que os seus seguidores da base aliada conseguiram evitar, duas vezes, que fosse investigado pela instância máxima da Justiça brasileira, o Supremo Tribunal Federal (STF).

Não seria de se estranhar que a divulgação da informação sobre a sua disposição de ser candidato se deva a estratégia no sentido de algum outro candidato prometer evitar mais uma vez que a justiça investigue as acusações que pesam sobre Temer. Ele pode até tentar ser nomeado para algum cargo ministerial que garanta o foro privilegiado. Não seria de estranhar que o noticiário divulgado pelo jornal paulista tivesse esse viés.

Vale lembrar que Temer estava para vir ao Rio de Janeiro para concretizar mais uma jogada de marketing ao comemorar um mês da assinatura do decreto da intervenção federal militar na segurança do Rio de Janeiro. Mas o fato trágico que representou o cruel assassinato da combativa vereadora Marielle Franco (PSOL), que até confirma a inutilidade da intervenção na ares de segurança do Rio de Janeiro, impediu a sua vinda. Temer sabe muito bem que seria hostilizado por um grande número de cariocas indignados com os acontecimentos na cidade. Até mesmo alguns setores médios da sociedade, onde se encontram os incautos que apoiaram a derrubada da presidenta eleita Dilma Rousseff começaram a entender que foram usados para colocar em execução um projeto pernicioso à maioria da população.

Mas apesar dos fatos concretos, ainda podem ser encontrados setores que se deixam enredar pela manipulação da mídia conservadora, que depois do assassinato de Marielle Franco descobriu que ela era uma das vereadoras cariocas mais atuantes. Mas antes do assassinato, jornalões e telejornalões, como os do esquema da Globo, simplesmente ignoravam a combativa parlamentar. Seguiam a trilha dos setores médios que têm ódio aos pobres e favelados, em sua maioria negros e negras, e por isso silenciavam.

Mas agora diante do fato concreto representado pelo assassinato de Marielle, a mesma mídia comercial que a ignorava tenta de todas as formas manipular a informação esvaziando, por exemplo, o quanto pode a verdadeira causa do assassinato. Isto é, o recado de criminosos aos setores pobres da sociedade brasileira, de que não devem se organizar e resistir para enfrentar uma realidade cruel, reforçado exatamente pelo projeto que está levando adiante o atual governo lesa pátria. E a hipocrisia ainda é maior quando se desinforma sobre o fato de o projeto executado pelo atual governo restringe verbas para o aprimoramento de ações públicas em todas as áreas e que afetam enormemente os mais pobres.

Não é à toa que extremistas de direita que dão o recado nas redes sociais estão matando pela segunda vez a vereadora com mentiras e calúnias. Fica também o registro do vômito da desembargadora Marília Castro Neves ao afirmar que Marielle tinha vínculos com criminosos. Ela demonstrou quem exatamente se trata. Se a desembargadora não for devidamente punida pela Justiça, quem sairá mais abalada será a própria Justiça. Por que é muito claro que Marília Castro Neves não tem condições de ocupar o cargo que ocupa. E se ocupa, torna-se concretamente um retrato do que é a Justiça brasileira neste início do terceiro milênio.

Se a calúnia da desembargadora não for devidamente respondida pela própria Justiça, a conclusão é que a Justiça brasileira não pode ser considerada como tal na verdadeira acepção da palavra. Ou seja, o que terão a dizer os integrantes da Justiça sobre as calúnias contra Marielle Franco? É o que espera a população com a ação contra a desembargadora que está sendo movida pelo PSOL e por familiares de Marielle.

Quanto a Temer, ele já tem assegurado um lugar na história: o lixo, em companhia de outros que ocuparam o governo sem o voto popular, como, por exemplo, os generais de plantão de depois de abril de 1964.

Neste 2018, o Brasil não comporta mais figuras como a desembargadora Marília Castro Neves e um lesa pátria como Temer e seus seguidores próximos, entre eles Moreira Franco, Eliseu Padilha e Carlos Marun, para não falar do banqueiro Henrique Meirelles, que mesmo aposentado ocupa cargo público para continuar servindo o setor.

No mais, é preciso que cada vez maiores contingentes da população advoguem os ideais de defesa de amplas parcelas de brasileiros e brasileiras por uma país mais justo, tão bem defendidos por Marielle, sem temor dos que ocupam o poder e também não se deixar enredar pelo projeto do retrocesso defendido pelas famílias controladoras da mídia comercial. Procedendo dessa forma estarão honrando com todo vigor o legado de Marielle Franco.

Edição: Brasil de Fato RJ