Golpe 64

Para denunciar impactos da ditadura, jovens do campo realizam ato em São Paulo

Capital, agronegócio e mídia: manifestação ressalta semelhanças de ação destes grupos nos golpes de 1964 e 2016

São Paulo |
Ato trouxe poesias, intervenções e falas de protesto que denunciaram os assassinatos e torturas cometidos durante os anos de chumbo.
Ato trouxe poesias, intervenções e falas de protesto que denunciaram os assassinatos e torturas cometidos durante os anos de chumbo. - Divulgação/ MPA

“Não esquecemos 1964 e 2016. Foi golpe sim”. Com essa palavra de ordem cerca de 120 jovens camponeses e camponesas organizados no Movimento dos Pequenos Agricultores-MPA realizam na manhã deste sábado (31), ato de denuncia dos impactos do golpe militar de 64 e sua relação com o golpe judiciário de 2016, que destituiu de forma arbitrária a presidenta eleita Dilma Rousseff.

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Para Rafaela Alves, da coordenação nacional do MPA, o ato recupera e mantém acesa a chama dos processos de luta do povo brasileiro: “sabemos como parte significativa dessa memória histórica nos é escondida, ou mesmo modificada, todos e todas temos o direito a memória, mas também à verdade e a justiça”. Para ela, a juventude deve atuar com memória histórica.

Os organizadores explicam que a manifestação também faz a relação direta entre os golpes de 1964 e 2016, que compartilham os mesmos motivos e os mesmos atores, pois “as interferências internacionais de 64 foram as mesmas em 2016: o capital internacional se incomodou com os rumos nacionalistas que nosso país estava tomando”, afirma o camponês Alessandro Evaristo, de Rondônia. Segundo o jovem, “os dois golpes foram contra nossa soberania, para proporcionar a retirada dos bens naturais e dos direitos do nosso povo, sob repressão e violência dura contra os que se colocam contra o golpe. Além disso os mesmo sujeitos, o capital, o agronegócio e a mídia agem da mesma forma”.

O ato trouxe poesias, intervenções e falas de protesto que denunciaram os assassinatos e torturas cometidos durante os anos de chumbo no país e que seguem invisibilizados e conta também com a participação de jovens do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Levante Popular da Juventude, entre outros.

Edição: Daniela Stefano