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No Rio de Janeiro, manifestantes realizam ato em defesa do ex-presidente Lula

Movimentos populares prometem intensificar protestos em defesa da democracia

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Escadaria da Câmara Municipal do Rio foi palco de protesto em defesa do ex-presidente
Escadaria da Câmara Municipal do Rio foi palco de protesto em defesa do ex-presidente - foto: Jaqueline Deister/ Brasil de Fato

O julgamento do pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula mobilizou uma multidão de pessoas em diferentes cidades brasileiras. No Rio de Janeiro, manifestantes realizaram uma vigília nas escadarias da Câmara Municipal para aguardar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O ato também articulou uma plenária para discutir as próximas mobilizações em defesa do ex-presidente e da democracia nesta quinta-feira (5).  

A sentença do STF é decisiva para a democracia brasileira. O vereador Reimont (PT) alertou para a onda de fascismo que tem conquistado cada vez mais espaço após o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff. 

“Eu jamais imaginei que no século 21 precisaríamos fazer um ato para denunciar o fascismo. Nós que lutamos para construir uma sociedade liberta do machismo, racismo, fascismo e ódio, tivemos que fazer um ato contra essa onda que levou a morte de Marielle Franco, que atingiu a caravana do ex-presidente Lula no Paraná, que matou e continua matando trabalhadores sem-terra, levando o ódio como uma ferramenta de mobilização da sociedade. É um momento muito nebuloso", afirmou. 

Uma das principais estratégias para enfrentar os sucessivos ataques sofridos pelo ex-presidente Lula e o retrocesso na política social é a mobilização. Maria Eduarda Fernandes é secretária de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Ela ressalta que a condenação do ex-presidente sem provas intensificará ainda mais as paralisações e protestos pelo país. 

“Teremos que radicalizar a luta, isso significa paralisação geral e greve. Queremos conseguir retomar o processo democrático no país, não sabemos a viabilidade disso no momento, mas não vamos desistir de estar na rua e na luta", destacou Fernandes. 

Na avaliação dos militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a melhor forma de retomar o processo democrático no país é a partir das ocupações.  Para Vitor Guimarães, da coordenação do MTST e da Frente Povo Sem Medo, a democracia no Brasil foi sequestrada e o povo não está mais no centro da decisão. 

“Temos companheiros na ocupação de São Bernardo do Campo mobilizados próximos ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a casa do ex-presidente Lula para, se for necessário, ajudá-lo a resistir. Vamos fazer ocupação em todos os 14 estados que o MTST está presente para que mais gente saiba o que está acontecendo. Aos poucos estamos conseguindo romper os oligopólios da imprensa, do judiciário para fazer com que as pessoas pensem por conta própria”, ressaltou Guimarães. 

Entre os presentes no ato estava a representante do Fórum de Mulheres Negras, Ruth Salles. Para ela, Lula possibilitou que a população mais pobre tivesse acesso à uma outra realidade de vida, em que a dignidade é respeitada. 

“Lula diz para a sociedade que o país tem condição de mudar a sua história tirando a maioria da população da fome, dando acesso à educação de qualidade para negros e pobres. Lula prova que o país poderia mudar”, salientou. 

A plenária para pensar as próximas ações diante da prisão do ex-presidente vai acontecer nesta quinta-feira (5), às 10h, na Avenida Presidente Vargas, 502, 15° andar, no Centro do Rio.  

 

 

Edição: Mariana Pitasse