Gênero

Número de feminicídios no Mato Grosso dobra em 2018

A maioria das mulheres que vão a Delegacia de Defesa da Mulher alegam sofrer agressões de seus parceiros

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Grande parte dos casos a vítima tem relação com o agressor
Grande parte dos casos a vítima tem relação com o agressor - Flickr

Em Mato Grosso, 21 mulheres foram assassinadas vítimas de feminicídio este ano. O número é quase o dobro dos registros do ano passado, quando foram 11 ocorrências.

Em 2017, 2.718 mulheres procuraram a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher da capital Cuiabá para registar algum tipo de violência. A maioria se queixa de sofrer ameaças.  As informações sobre vítimas e agressores foram divulgadas nessa quinta-feira (03) no 1º Anuário de Atendimento da Capital.

Agredidas e agressores têm o mesmo perfil. Solteiros, desempregados, entre 27 e 40 anos, com segundo grau completo. A maioria das vítimas tinham vínculo de convivência com o agressor ou ex-companheiro.

A medida protetiva é a principal providência adotada após as ocorrências. Em 2017, foram 1.600. A expectativa é que o material divulgado contribua para o planejamento e implementação de ações especializadas, segundo a delegada Jozirlethe Criveletto.

A presidente do Conselho Estadual dos Direitos da  da Mulher, Josilene Barbosa relata que muitas mulheres não procuram a delegacia para denunciar a violência.

Para Josilene, é preciso ampliar o número de delegacias da mulher e criar núcleos de atendimento.   De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso, o estado possui 6 delegacias especializadas da mulher. A violência pode ser denunciada por telefone. Em 2017, a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência - Disque 180 - recebeu mais de 150 mil ligações com relatos de violência. O serviço é gratuito para todo o Brasil e preserva o anonimato.

Edição: Redação EBC