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Papo Esportivo | Será que não estamos exagerando nas críticas à Seleção e a Neymar?

Tudo bem que a Seleção Brasileira não jogou bem contra a Suíça. Mas será que é para tanto?

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Neymar foi o principal alvo das críticas no empate contra a Suíça pela Copa do Mundo
Neymar foi o principal alvo das críticas no empate contra a Suíça pela Copa do Mundo - Lucas Figueiredo / CBF
Tudo bem que a Seleção Brasileira não jogou bem contra a Suíça. Mas será que é para tanto?

Este que vos escreve compartilha da opinião de quase cem por cento dos torcedores brasileiros: a nossa Seleção não fez uma boa partida contra a Suíça. Apesar do bom primeiro tempo, o time comandado por Tite se perdeu completamente depois do gol de Zuber logo no início da segunda etapa. Não quero entrar no mérito da arbitragem. Acho que já se falou demais disso nesses últimos dias. O que me preocupa de verdade é a maneira como todos nós criticamos a Seleção Brasileira depois desse empate contra os suíços no último domingo (17).

Às vezes eu tenho a impressão de que o nosso torcedor não gosta de futebol. Gosta do seu time e de vencer. Não importa como. E muita gente se esquece de duas coisas:

1) Partidas de estreia em Copa do Mundo sempre são complicadas e todo mundo entra em campo completamente nervoso;

2) As outras seleções que disputam o Mundial da Rússia se prepararam tanto ou mais do que a nossa para esse momento.

O discurso de “terra arrasada” e as críticas dirigidas a Tite soam até como oportunistas de muita gente da imprensa esportiva que aproveitou o momento para “lacrar” com algum comentário mais “inteligente”. A grande maioria desses só deve ter começado a acompanhar a Seleção Brasileira há um mês atrás. Vou repetir o que eu disse aqui mesmo: o time tem (muitas) qualidades como qualquer outro. Mas não é invencível. Ponto. Futebol é um esporte coletivo que é decidido dentro de campo. Não importa a mandinga, simpatia ou qualquer outra coisa que você pense.

Acredito na vitória da Seleção Brasileira contra a Costa Rica. Mas se perder, não será por obra do acaso ou de algum “esquema mirabolante de venda da Copa”. Será porque a outra equipe aproveitou as chances que teve. É assim que o velho e rude esporte bretão funciona.

“Pô, Luiz! Você não vai falar do Neymar? O cara só enfeita, só dá toquinho pro lado!”

Em primeiro lugar, vou repetir outra coisa que disse aqui: Neymar é imprescindível para a Seleção Brasileira. O cara joga demais! Como você vai tirar o craque do time do jogo? E logo numa Copa do Mundo? Agora, que ele não esteve bem, isso eu vou ter que concordar. No entanto, vejo um certo exagero nas cobranças com relação a ele.

Falando francamente, eu estou pouco me lixando se ele usa o cabelo assim ou assado, se ele usa o sapato mais caro do mundo ou se anda de chinelo de dedo na concentração. Eu quero é que ele jogue bola. E é meio difícil cobrar que ele drible meio time e faça o gol quando o cara vem de três meses parado e volta a jogar logo na Copa do Mundo. E não, os amistosos não contam. O nível de intensidade é muito menor.

É preciso lembrar que Neymar foi caçado na partida contra a Suíça. E vai continuar sendo caçado nos próximos jogos. O que nosso camisa dez precisa é de calma e um pouco da frieza de um Messi ou de um Cristiano Ronaldo para finalmente brilhar e balançar as redes. Com Neymar em campo, o Brasil é muito mais forte.

Edição: Brasil de Fato RJ