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Campanha eleitoral começou com alguns problemas escondidos

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Nem bem começou a campanha eleitoral de 2018 e candidato mais citado é, sem sombra de dúvidas, o preso político Luiz Inácio Lula da Silva
Nem bem começou a campanha eleitoral de 2018 e candidato mais citado é, sem sombra de dúvidas, o preso político Luiz Inácio Lula da Silva - Tania Rêgo / Agência Brasil
Os debates só podem ser considerados isentos se todos os candidatos forem

Nem bem começou a campanha eleitoral de 2018, os debates com a participação de jornalistas e alguns dos tais colunistas de sempre, o candidato mais citado, mesmo estando impedido de participar, é, sem sombra de dúvidas, o preso político Luiz Inácio Lula da Silva

No Roda Viva da TV Cultura, grande parte das análises das perspectivas para 7 de outubro, por exemplo, Lula era sempre lembrado e  nenhum dos comentaristas pôde arriscar uma previsão sem conhecer o que acontecerá com o candidato que segue como líder nas pesquisas eleitorais, apesar de estar preso em Curitiba e impedido pela justiça de conceder entrevistas.

Nos debates propriamente ditos, os candidatos, com exceção de Guilherme  Boulos, preferiram simplesmente ignorar Lula. Isso ficou evidente e de alguma forma revelou o temor que inspira a referida candidatura e até mesmo o vice Haddad, também impedido de participar. Pretextos para o impedimento não faltam, mesmo sabendo-se que Lula continua com os direitos políticos mantidos e que Haddad poderia ter sido convocado no primeiro debate dos presidenciáveis, realizado pela TV Bandeirantes.

O debate em si não trouxe nada de novo, apenas a confirmação de que o direitista que se apresenta a todo  momento como de centro, Geraldo Alckmin, apoia incondicionalmente a reforma trabalhista aprovada pela base aliada, cuja grande parte de seus integrantes estão fechados com o ex-governador paulista. Também  não faltou da parte de Alckmin apologia à reforma previdenciária, que Temer não conseguiu aprovar.

Ainda vale mencionar que o candidato preferido do mercado, o próprio Alckmin, foi o mais solicitado para responder perguntas por parte dos demais candidatos. E os jornalistas perguntadores não ficaram muito atrás. Espera-se que nos próximos debates sejam modificadas as regras e que não fique em dúvida o caráter das apresentações. Em outras palavras, os debates só podem ser considerados isentos se todos os candidatos forem convocados e os que venham a ser impedidos pela justiça sejam substituídos pelo vice.

É o mínimo que os telespectadores-eleitores exigem para que possam definir suas preferências eleitorais. Isso nem seria necessário assinalar, mas face os últimos acontecimento políticos essa indicação torna-se absolutamente necessária. Se a isenção não for lembrada e mencionada, a maior derrotada é exatamente a democracia,tão propalada a todo momento, não raramente de forma absolutamente fora de propósito.

Edição: Jaqueline Deister