Eleições

A esquerda paraibana e a disputa para Câmara Federal

A Paraíba tem elegido, majoritariamente, deputados federais de direita. Candidatos de esquerda podem furar essa bolha?

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
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Divulgação - Na Paraíba, 158 candidatos disputam 12 vagas para a Câmara Federal.

A disputa mais acirrada nessas eleições na Paraíba é por uma vaga na Câmara Federal. São 158 candidatos para 12 vagas, uma concorrência de um pouco mais de 13 pessoas por vaga. As candidaturas de esquerda com mais expressão são poucas, entre elas estão Frei Anastácio e Marcos Henriques ambos do PT, Sandra Marrocos do PSB e Gregória Benário do PCdoB.

Gregória Benário (PCdoB) e Sandra Marrocos (PSB) defendem pautas feministas e são candidatas a deputadas federais./ Foto: Divulgação.

O atual mandato da Legislatura da Câmara Federal ficou conhecido por seu alto grau de conservadorismo. Pautas que retiravam direitos sociais e trabalhistas tiveram maioria dos votos dos parlamentares com mandato iniciado em 2015 e término em 2019. O eleitor deve lembrar dos votos contra a democracia e os direitos sociais. Promoveram a derrubada de uma presidente legitimamente eleita, e aprovaram Projetos de Lei (PEC) como a do congelamento dos investimentos públicos por 20 anos e, a reforma trabalhista que rifou a CLT, dentre outros retrocessos. 
Nos últimos anos, a esquerda paraibana só teve um representante direto na Câmara Federal, o Padre Luiz Couto. Esse ano com Couto saindo para senador não será fácil para os partidos de esquerda da Paraíba elegerem um representante.
Para Jackson Macêdo, presidente estadual do PT na Paraíba, a maior dificuldade de se eleger deputado federal de esquerda, na Paraíba, é que aqui a esquerda disputa sempre com as oligarquias tradicionais. “Desde 1930 até hoje, famílias se perpetuam no poder. São essas famílias que vêm ocupando os cargos públicos no estado, e em especial no parlamento. E historicamente essas famílias são vinculadas a grupos muito poderosos, quer seja de comunicação, do grande latifúndio, e de grandes empresários. Então a esquerda, ela tem muita dificuldade de conseguir disputar espaço com essas figuras”, detalha o petista.

 Frei Anastácio (PT), militante da Comissão Pastoral da Terra, e Marcos Henriques (PT), ex-presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, disputam vagas na Câmara Federal./Foto: Divulgação


A candidatura do PT que reúne maior número de aliados entre os movimentos sociais e militância petista é a do histórico militante da luta pela reforma agrária na Paraíba, o frade franciscano, Frei Anastácio.  O petista já está em seu quinto mandato de deputado estadual e é a principal aposta do PT para capitalizar os eleitores de Luiz Couto, quatro vezes deputado federal pelo partido. Anastácio tem grande relação com os movimentos sociais do estado, tanto do campo como da cidade.
Mas o Frei não está sozinho nesse esforço de atrair os eleitores de Couto, ao lado dele tem o bancário e sindicalista Marcos Henriques. O candidato e vereador está em seu primeiro mandato na Câmara Municipal de João Pessoa.
Pelo PSB, a única candidatura que pode ser classificada de esquerda é da vereadora Sandra Marrocos. A candidata é assistente social e é parte do grupo de Ricardo Coutinho desde a época que ele era deputado estadual e se identifica como feminista.  
Pelo PCdoB, a jovem advogada e feminista Gregória Benário é outra opção de esquerda para compor a Câmara Federal. É sua primeira vez na disputa.
 

Edição: Heloisa de Sousa