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PAPO ESPORTIVO | Futebol elitizado X Futebol para todos

O futebol pode se transformar em “linha de show” sem torcedores nos estádios. E isso é preocupante

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Antigo Maracanã tinha uma aura mística que fazia o estádio ter vida própria
Antigo Maracanã tinha uma aura mística que fazia o estádio ter vida própria - Fotos Públicas / Tomaz Silva / Agência Brasil
O futebol pode se transformar em “linha de show” sem torcedores nos estádios. E isso é preocupante

Quem acompanha o velho e rude esporte bretão há algum tempo já deve ter se deparado com uma discussão que virou assunto nas mesas redondas. As chamadas “arenas” tomaram conta do futebol mundial num projeto que visa algo muito mais próximo de uma “linha de show” do que a essência do esporte. Instalações bonitas, mas sem o peso e o “pulsar” que as antigas possuíam.

Esse processo todo também acontece na Europa. O exemplo do Borussia Dortmund, da Alemanha, que destina área generosa do Signal Iduna Park para que os torcedores tenham acesso a preços populares e possam a assistir às partidas de pé é significativo. Dificilmente vemos um jogo do Borussia com público pequeno. Ao mesmo tempo, outros clubes europeus já pediram autorização às suas federações para construir setores populares nos seus estádios. O ponto aqui é simples: como fazer o torcedor mais “raiz” frequentar as novas “arenas”?

Quem vive aqui no Rio de Janeiro também vê essa discussão em torno do Maracanã. Como esquecer da famosa geral? Aquele espaço que ficava atrás do fosso do antigo Maracanã e que trazia o torcedor na sua essência faz muita falta. Por mais que as novas “arenas” tenham suas facilidades e atrativos, as fotos antigas mostram um estádio que parecia ter vida própria e carregar uma mística impressionante. E o melhor de tudo: o torcedor estava sempre por lá. Em dias chuvosos e ensolarados. Em noites quentes ou frias.

Trazer o público de volta para os estádios é uma tarefa que envolve muito mais do que o retorno da geral. Precisamos fazer muito mais. Fala-se tanto em elitização e gestão profissional. Mas o velho e rude esporte bretão não pode abrir mão daquele que sempre esteve com ele na saúde e na doença, na alegria e na tristeza: o torcedor. E se os dirigentes de clubes e donos de arenas quiserem que ele volte a frequentar estádios, eles precisam pensar em formas de trazê-lo de volta.

Ou o Vasco muda de postura ou a postura acaba com o Vasco

O técnico Alberto Valentim está coberto de razão. O Vasco precisa mudar de postura pra ontem se quiser se livrar do rebaixamento. O time não é tão ruim como alguns fazem questão de frisar. Mas para que isso aconteça, o treinador cruzmaltino precisa seguir a receita do interino Valdir Bigode: reforçar o sistema defensivo. Nas duas partidas em que Valentim resolveu soltar mais sua equipe, o Vasco acabou sendo facilmente envolvido.

Fluminense tem outros problemas para resolver fora de campo

A cobrança pública do volante Richard mostra bem a situação do Fluminense. Dois meses de salários atrasados de jogadores e funcionários e nenhuma perspectiva de melhora. A diretoria se faz de desentendida e tenta fazer com que as atenções estejam focadas no jogo contra o Vitória. Mas como se concentrar apenas no campo e bola com tanto caos nos bastidores? Até quando vamos ver nossos dirigentes tratando os clubes como se fossem o banheiro da casa deles?

Botafogo esbarra na trave e no goleiro Fábio

Os comandados de Zé Ricardo não fizeram uma partida ruim diante do Cruzeiro. Mas sabe aqueles dias em que nada dá certo? O Botafogo tentou, só que o time acabou esbarrando na trave e na grande atuação do goleiro Fábio. A grande verdade, amigos, é que o Glorioso precisa jogar ainda mais futebol se quiser se livrar da zona do rebaixamento. E é bom abrir o olho. O Brasileirão está afunilando e cada jogo é uma final.

Desta vez o Flamengo caiu de cara mesmo

Me permitam corrigir uma incoerência. Disse eu na edição passada que o Flamengo tinha caído de pé. Eu estava errado. É inadmissível que um time como esse demore tanto para balançar as redes mesmo com tanta posse de bola. A derrota para o Internacional mostrou um time sem ideias e sem recursos. E a diretoria rubro-negra segue fingindo que está tudo bem. “Vamos levando”, devem pensar eles. Enquanto isso, o Fla vai caindo na tabela do Brasileirão...

Grande abraço e até a próxima!

Edição: Jaqueline Deister