Paraná

SAÚDE INDÍGENA

Diferentes etnias ocupam Secretaria Especial de Saúde Indígena em Curitiba

Com abrangência de três estados, distrito local reduz frota de carros e profissionais para atendimento

Brasil de Fato I Curitiba |
Cerca de 100 manifestantes estão no local, oriundos de diferentes etnias: guaranis, xetás, caingangue, entre outros grupos
Cerca de 100 manifestantes estão no local, oriundos de diferentes etnias: guaranis, xetás, caingangue, entre outros grupos - Pedro Carrano

O Movimento Indígena do Paraná ocupa desde o dia 29 (segunda) a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), em Curitiba, contra a redução de estrutura e da frota de veículos para o traslado nos casos de atendimento à saúde indígena.

De acordo com o movimento, a Sesai não renovou o contrato para concessão de carros e motoristas que ficam à disposição para urgências e emergências nas aldeias e também levam pacientes indigenas para o hospital, para realização de consultas e hemodiálises. O movimento exige segurança, licitação e garantias nos próximos contratos.

“O objetivo dessa reivindicação que a gente está fazendo se iniciou por conta de uma renovação de um contrato especificamente de logística, que são os veículos e motoristas. Foi encaminhado, é feito um projeto dessa forma. Foi para Brasília e retornou com a orientação de uma readequação que na verdade era uma redução para a frota de carros, veio um corte, num limite muito abaixo do que foi apresentado”, afirma o dirigente guarani Marciano Rodrigues, para quem os serviços em saúde indígena necessitam de ampliação devido à demanda.

O distrito sanitário de saúde ocupado abrange os estados de Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Cerca de 100 manifestantes estão no local, oriundos de diferentes etnias: guaranis, xetás, caingangue, entre outros grupos. No caso do Paraná, estavam representadas as regiões norte, oeste, sudoeste e o litoral.

"Isso pode significar a morte, sobretudo, de muitas crianças e idosos", aponta o movimento em nota pública. A preocupação é que haja negociação por parte da secretaria nesse período de dois meses, uma vez que a futura presidência da república já sinaliza desrespeito à pauta indígena. “Aguardamos resposta de Brasília, onde estamos com uma comissão de 25 pessoas. Enquanto isso, permaneceremos aqui”, resume Marciano.

Solidariedade

O Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia conclama a população a acompanhar de perto essa questão e auxiliar com donativos, durante toda a resistência da Ocupação Indígena na SESAI. Utensílios como lona, blusas e agasalhos, colchonetes, alimentos são os mais requisitados. As visitas e material podem ser feitas na Rua Professor Brasílio Ovídio da Costa, 639 – bairro Vila Isabel, em Curitiba.

Edição: Laís Melo