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PAPO ESPORTIVO | Acorda pra vida, Tite!

Tite precisa se reconectar com a realidade se quiser fazer a Seleção Brasileira jogar bem novamente

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Seleção Brasileira empatou com o Panamá e venceu a República Tcheca no sufoco
Seleção Brasileira empatou com o Panamá e venceu a República Tcheca no sufoco - Lucas Figueiredo / CBF
Tite precisa se reconectar com a realidade se quiser fazer a Seleção Brasileira jogar bem novamente

Após empatar com o Panamá no último sábado (23), a Seleção Brasileira venceu a República Tcheca nesta terça-feira (26) por 3 a 1 na Eden Arena, em Praga. Assim como aconteceu contra o escrete panamenho, o Brasil não teve boa atuação contra os tchecos apesar do resultado positivo. Tite, por sua vez, vê as críticas e a pressão aumentarem às vésperas da realização da Copa América, principal competição da temporada de 2019. Será que a CBF vai mantê-lo no cargo se a Seleção Brasileira não conquistar o título dentro de casa?

Bom, Tite parece perdido e desconectado com a realidade. Contra o Panamá e contra a República Tcheca, ele insistiu numa formação tática que não dava certo. Jogadores como Arthur, Roberto Firmino, Allan, Lucas Paquetá e Richarlison jogaram fora de posição e outros como Philippe Coutinho e Casemiro tiveram péssimas atuações nos dois amistosos. A Seleção só mostrou um futebol razoável (se é que podemos usar esse termo) na segunda metade do segundo tempo contra a República Tcheca, quando Tite apostou num 4-2-3-1 com David Neres, Everton Cebolinha e Firmino logo atrás de Gabriel Jesus e à frente de Arthur e Allan.

Resumindo tudo: a Seleção Brasileira só cresceu de produção quando o treinador respeitou as características dos seus jogadores e permitiu que a essência do nosso futebol – o drible e o improviso – aparecessem nas jogadas de ataque. O time teve mais toque de bola, mais velocidade e objetividade.

É por esses motivos que este colunista insiste na tese de que Tite parece desconectado com a realidade. Como abrir mão de Firmino jogando atrás dos atacantes quando ele vem empilhando grandes atuações jogando desse jeito no Liverpool? E como abrir mão de Arthur organizando a saída de bola quando o próprio já ganhou elogios de Xavi e Iniesta no Barcelona? A insistência em erros já derrubaram muitos treinadores na Seleção Brasileira. E tenham a certeza de que não será diferente com Tite.

A vitória sobre a República Tcheca mostrou ao técnico do escrete canarinho que o caminho das vitórias passa também pelo resgate da nossa essência com a bola no pé. Os conceitos do chamado “futebol moderno” são importantes sim, mas abrir mão daquilo que diferencia o jogador brasileiro dos demais é brincar com a sorte e colocar o cargo a perigo. Ainda mais depois de uma eliminação traumática da Copa do Mundo da Rússia para a Bélgica e diante da necessidade de mostrar serviço. As críticas aumentaram e as cobranças também. Por isso que é bom abrir o olho e colocar as barbas de molho.

Mais do que nunca, Tite precisa rever seus conceitos e trabalhar para que a Seleção Brasileira recupere o bom futebol de 2016 e 2017. A renovação é necessária, mas ela só será bem feita se o treinador brasileiro se ajudar e fazer as escolhas corretas para a equipe.

Acorda pra vida, Tite! Antes que seja tarde demais!

Edição: Brasil de Fato (RJ)