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Ocupações urbanas acampam na Prefeitura de Belo Horizonte

Famílias reivindicam urbanização e construção de moradias

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
De acordo com movimento, imóvel da ocupação Carolina Maria de Jesus tem dívida milionária com o Município
De acordo com movimento, imóvel da ocupação Carolina Maria de Jesus tem dívida milionária com o Município - Foto: Wallace Oliveira/Brasil de Fato MG

Mais de 100 moradoras de seis ocupações urbanas da capital acamparam na entrada da Prefeitura, no Centro. Elas reivindicam o calçamento na comunidade Eliana Silva - existente há sete anos -, licença ambiental para a Copasa fazer a ligação de água nas comunidades Paulo Freire, Vila da Conquista e Vila Esperança, construção de casas, com infraestrutura, em terreno da ocupação Manoel Aleixo, doado pelo Estado, e a regularização da ocupação Carolina Maria de Jesus, situada na rua Rio de Janeiro, no Centro.

“É um prédio privado, que estava abandonado há 17 anos. O proprietário deve R$ 1,5 milhão de IPTU à Prefeitura. A nossa reivindicação é que a Prefeitura adquira esse imóvel [onde está a ocupação Carolina Maria de Jesus] para que as famílias possam, de fato, fazer melhorias lá”, explica Poliana de Souza Pereira Inácio, da coordenação nacional do Movimento de Luta dos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).

De acordo com Poliana, o movimento protocolou um pedido de reunião junto à Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte – Urbel, empresa pública responsável pela política de habitação no município, e vai se reunir com o presidente da companhia, Claudius Vinícius Leite Pereira, e a Secretária de Habitação, Maria Caldas, no dia 10 de maio. Porém, ainda não havia sido recebido pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS).

“É uma obrigação do prefeito receber o povo. Ainda mais um prefeito que diz que dialoga, que é um prefeito do povo. A gente, então, está aqui para ter diálogo. Hoje, nós protocolamos mais um ofício na Prefeitura”, afirma Poliana.

Prisão na sala de negociação

A ocupação do prédio da Prefeitura de Belo Horizonte começou na tarde da quarta-feira (24). Durante a ocupação, Leonardo Péricles, Poliana Souza e Maura Rodrigues, do MLB, foram presos pela Polícia Militar, enquanto passavam pela sala de negociação, e só foram liberadas seis horas depois.

“Falaram que nós estávamos com menores e idosos ali e que íamos responder por esse crime. Ameaçaram nos algemar, sendo que nós não apresentamos resistência, mas fomos arrastados e jogados no camburão. Além disso, disseram para as famílias que já tínhamos feito a negociação, o que era mentira”, relata Poliana Souza, do MLB.

Edição: Joana Tavares