Rio de Janeiro

REFORMA AGRÁRIA

No Rio, JURA tem como tema “O que você sustenta quando se alimenta?”

6ª Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária vai até o dia 11 de maio

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Abertura da JURA 2019 aconteceu na Universidade Federal do Estado do Rio (Unirio) no último dia 25
Abertura da JURA 2019 aconteceu na Universidade Federal do Estado do Rio (Unirio) no último dia 25 - Reprodução/Facebook

“O que você sustenta quando se alimenta?” Esse é o tema da 6ª Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária no Rio de Janeiro (JURA) 2019. Iniciada na semana passada, a Jornada vai até o dia 11 de maio e conta com atividades em praticamente todas as universidades públicas do Rio e em espaços como a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz, a PUC-Rio e o Armazém do Campo.

Em tempos de perseguição da participação política de movimentos populares nas universidades pelo governo federal, Luana Carvalho, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Rio de Janeiro (MST-RJ), relembra que o diálogo com o povo e com os movimentos sociais é dever das instituições públicas de ensino superior.

“A universidade precisa estar aberta ao povo, faz parte da universidade dialogar com o povo, é um dos tripés com a própria extensão universitária. Se a universidade não dialoga com o povo, qual o sentido? A própria produção da ciência também, qual o sentido se ela não está conectada com uma realidade concreta?”, afirmou em entrevista ao programa Brasil de Fato Rio de Janeiro da última terça-feira (30).

A JURA traz a importância de discutir reforma agrária no ambiente universitário e mostra que esta pauta, apesar de estar no campo, é também uma pauta da cidade. A iniciativa nasce de um encontro que o MST promove com professores universitários do Brasil inteiro e visa suscitar discussões entendendo que a pauta e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra tem relação com várias áreas de conhecimento no Brasil e que vários professores têm projetos nas áreas assentadas, além dos próprios estudantes provenientes de áreas de reforma agrária que desenvolvem pesquisas de mestrado e doutorado sobre o movimento.

Carvalho explica também que o encontro ocorre durante um período marcante para o MST. “A ideia de fazer em Abril é que este é um mês simbólico, é o Abril Vermelho, quando fazemos a nossa jornada de lutas para lembrar Eldorado dos Carajás e colocamos na pauta do dia do Estado a reforma agrária", aponta. 

A jornada acontece em todo o país e vem crescendo ao longo do tempo com mais universidades e professores aderindo ao debate. No Rio, a JURA começou dia 24 de abril e vai até dia 11 de maio. São mais de 50 atividades programadas, em todas as universidades públicas do Rio e em todos os campi, inclusive no interior, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), em Macaé.

As atividades vão desde debates, rodas de conversa, palestras, a exibição de filmes, exposição de fotos, atividades culturais, oficinas e uma visita à uma área do MST no último dia. Os interessados podem conferir a programação e se inscrever para conhecer o assentamento Edson Nogueira no Facebook do movimento.

Edição: Jaqueline Deister| Redação: Flora Castro | Entrevista: Denise Viola