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PAPO ESPORTIVO | A Copa do Mundo de Futebol Feminino está chegando

Nenhum torneio de futebol feminino foi cercado de tanta expectativa como esse

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O futebol feminino vem ganhando cada vez mais espaço junto dos torcedores e quebrando algumas barreiras históricas
O futebol feminino vem ganhando cada vez mais espaço junto dos torcedores e quebrando algumas barreiras históricas - Lucas Figueiredo / CBF
Nenhum torneio de futebol feminino foi cercado de tanta expectativa como esse

Tem muita gente que diz que a competição mais importante desse ano de 2019 no futebol é a Copa América. Me desculpem, mas não concordo. Pelo que vem se desenhando nos últimos meses, o torneio que promete abalar seriamente as estruturas do mundo do velho e rude esporte bretão é a Copa do Mundo Feminina, que será disputada a partir do dia 7 de junho na França.

“Pô, Luiz. Futebol Feminino? Sério?”

Não sei se você sabe, amigão, mas o movimento de valorização do futebol feminino está ficando cada vez mais forte. Nunca nenhuma competição ligada à modalidade foi cercada de tanta expectativa como essa Copa do Mundo. O próprio presidente da FIFA (o italiano Gianni Intantino) já falou mais de uma vez que esse Mundial será o mais marcante de todos os tempos por uma série de motivos.

Não é exagero nenhum afirmar que a Copa do Mundo da França será o início de uma nova era. Ainda mais com as notícias que chegam do exterior.

Nunca tantos veículos de imprensa buscaram credenciamento para um Mundial de Futebol Feminino como agora. O jornal inglês “The Guardian” já cravou que essa será a competição do ano e a famosa BBC vai fazer uma ampla cobertura do evento com rádio, TV e internet. E em menos de 48 horas após o início da venda de ingressos, quatro partidas já estavam esgotadas. A abertura, a final e as duas semifinais. A Copa do Mundo da França pode não bater o recorde de público numa só partida de futebol feminino (quando mais de 90 mil pessoas assistiram à decisão do Mundial de 1999 no Rose Bowl, nos Estados Unidos). Mas é bem possível que tenhamos quebra de recordes na média de público por partida.

Existe também a expectativa da quebra de recorde de pessoas assistindo os jogos da Copa do Mundo Feminina. Em 2015, mais de 750 milhões de pessoas viram as partidas. Para esse ano, a meta da FIFA chega a 1 bilhão de espectadores em todo o mundo.

E não é só isso, meu caro. Aqui no Brasil, a TV Globo e o SPORTV vão transmitir os jogos da Seleção Brasileira com mulheres comentando (as competentíssimas Ana Thaís Matos e Nadja Mauad). Percebe como isso é importante? Ainda mais num país que já mostrou tanta má vontade com o futebol feminino?

Todo esse movimento também se reflete nos campeonatos nacionais. Países como Inglaterra, Chile, Austrália, Espanha e Argentina aumentaram seus investimentos na modalidade. O mesmo quadro pode ser visto aqui no Brasil. As séries A1 e A2 (primeira e segunda divisão respectivamente) e o Brasileirão Sub-18 vão ser transmitidos em streaming, na internet. A BAND terá transmissões aos domingos, sempre às 14 horas. Fora todo o interesse e trabalho feito por blogs e sites especializados em futebol feminino ao longo desses últimos anos numa batalha incrível contra o preconceito e a má vontade de tudo e todos.

Sim, meus amigos. A mágica está acontecendo. Aos poucos, o futebol feminino vem ganhando seu espaço. É óbvio que as coisas poderiam ser muito melhores e que ainda há muito a ser feito. Mas podem ter a certeza de que a mulherada veio para ficar. Seja com a chuteira no pé ou com o microfone na mão.

Ah, e antes que eu me esqueça, a convocação final da Seleção Feminina para a Copa do Mundo da França acontece no próximo dia 16 de maio, às 11 horas da manhã, na sede da CBF. Vamos ficar ligados!

Edição: Brasil de Fato (RJ)