Podcast

Barriga pontuda é menino ou menina?

Desejos alimentares e formato da barriga: saiba o que é crença e o que é ciência

Ouça o áudio:

A barriga de cada mulher terá um formato próprio, a depender de sua genética e da estrutura do seu corpo.
A barriga de cada mulher terá um formato próprio, a depender de sua genética e da estrutura do seu corpo. - Reprodução
Desejos alimentares e formato da barriga: saiba o que é crença e o que é ciência

Outro dia fui a um chá de bebê de um casal de amigos. Rapidamente, o assunto era o sexo da criança. Alguém logo afirmou que com certeza se tratava de um menino. “Claro! Com uma barriga pontuda dessa!”

Apesar de já ter ouvido essa história mil vezes, nunca havia pesquisado sobre o tema. Fiquei curioso em saber o que a ciência diz sobre essa e outras crenças populares que envolvem a gravidez.

Mas, antes de falar sobre isso, um parêntese. Eu simplesmente não entendo que fixação é essa que temos com o sexo do bebê. Que diferença faz se será menino ou menina? Eu hein... Um ser humano novinho está pra chegar ao mundo. Ele terá uma personalidade própria, uma história própria! Será um indivíduo único e, por isso, especial. Há coisas bem mais importantes com que se preocupar, não? Por que temos sempre tanta pressa em enfiar as coisas em nossas caixinhas?

Bom. Desabafo feito, voltemos ao assunto. Há evidências científicas que atestem a relação entre o formato da barriga da mãe e o sexo do bebê? Não.

A barriga de cada mulher terá um formato próprio, a depender de sua genética e da estrutura do seu corpo. Além disso, pode mudar ao longo da gravidez, que é um processo dinâmico, em que os órgãos da mãe e a posição do bebê se alteram constantemente.

Assim, se a curiosidade é tão grande que não pode esperar os 9 meses, saiba que a ciência já desenvolveu métodos para identificar o sexo do bebê. O exame sanguíneo e o ultrassom são os mais usados e confiáveis.

Outra dúvida comum é em relação aos desejos alimentares da grávida. Aqui, os estudos científicos ainda não têm uma conclusão. Provavelmente, três fatores atuam em conjunto para dar origem àquela vontade de comer jaca às duas da manhã: os psicológicos, os hormonais e os nutricionais.

As intensas alterações hormonais e as pressões psicológicas que a futura mãe sofre parecem influenciar nessas vontades. Também há estudos que apontam que o desejo por certo alimento pode se relacionar à carência de algum nutriente. Por exemplo, a vontade de comer carne, sangue ou terra pode ser uma resposta inconsciente do organismo a um quadro de anemia.

Mas, é mito que se a vontade não for atendida isso causará algum efeito na criança. Como ela nascer com cara de algo, ou que isso influenciará em suas preferências alimentares futuras. Gostamos ou não de um alimento porque fomos ensinados a isso. Seja pela família seja por nossa cultura. E não porque não rolou de achar a jaca no meio da madrugada.

Um abraço e até a próxima!

Edição: Elis Almeida