Paraná

Construção coletiva

Brasil de Fato realiza debate sobre resistência e lança campanha de financiamento

A contribuição financeira poderá ser feita via conta bancaria ou plataforma online

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
A mesa contou com a equipe do BDF-PR e representates dos setores da educação, cultura, sindicatos e movimentos sociais.
A mesa contou com a equipe do BDF-PR e representates dos setores da educação, cultura, sindicatos e movimentos sociais. - Joka Madruga

“Quais os ataques aos direitos dos trabalhadores e quais as formas de resistência”, foram algumas das perguntas que nortearam o debate “Disputas de narrativas: como resistir contra os ataques à educação, cultura e trabalhadoras e trabalhadores”, organizado pelo jornal Brasil de Fato Paraná nesta terça, 22, no auditório da UTFPR. Durante o evento, foi lançada a campanha financiamento para manter nas ruas a distribuição gratuita dos 20 mil exemplares semanais do jornal impresso.

Os debatedores falaram sobre a atual conjuntura e dialogaram com a plateia sobre como resistir aos ataques nas áreas da educação, cultura e do sindicalismo e movimentos sociais. A conversa contou com a presença de Giorgia Prates, da Frente Única de Cultura e CWB Resiste; Maurini Souza, professora da UTFPR; e Hermes Leão, da APP Sindicato.

Para a professora Maurini, da UTFPR, “a desinformação é uma das questões mais preocupantes, principalmente quando ouvimos o Ministro dizer que só fazemos balbúrdia nas Universidades. O que nós fazemos o tempo inteiro é trazer as vozes da população brasileira para dentro da Universidade”. Destacou em sua fala que o maior ataque à Universidade é na sua autonomia: “O que está em jogo é a autonomia universitária, eles querem impedir isso”. Maurini concluiu insistindo na esperança como forma de resistência: “Quero aqui insistir na esperança. Quando eu era estudante de jornalismo não tinha muito do que vemos hoje os estudantes fazendo.  Cito, por exemplo, os últimos atos em defesa da Universidade, quando eles foram os protagonistas dessa luta”.

Na área da cultura, a fotojornalista Giorgia Prates destacou que o ataque vem desde o Governo Temer, com o golpe. “Desde lá a cultura vem sendo rechaçada e, agora, temos a extinção do Ministério da Cultura e também ataques em incentivos como Lei Rouanet e também em editais de incentivo da área cultural da Caixa e Petrobrás como patrocinadoras”. Além disso, disse Prates, “o que estamos vivendo é a criminalização das artes, a censura e também, neste setor, a falta de autonomia de criação cada vez maior”. Para Giorgia, tudo isso faz parte do desfecho do golpe que começou com o impeachment da presidente Dilma.  

O professor Hermes Leão, presidente da APP Sindicato, citou o projeto “Escola sem Partido” como uma das estratégias das forças conservadoras para atacar a educação. “Este é um exemplo de ataque à escola pública, desde a educação infantil ao ensino superior. Um projeto que tem colocado a população contra a escola, contra o professor, a partir da desinformação intencional. Tem gerado insegurança de pais e alunos, o que cria um retrocesso”. A partir deste exemplo, Hermes citou a comunicação como instrumento poderoso para disputar estas narrativas: “Assim sendo, eu lembro da fundação do Brasil de Fato, no Fórum Social Mundial, com este Norte que hoje temos concretizado que é uma comunicação que se pauta pela verdade, dá voz aos trabalhadores e garante a luta pela soberania popular”. 

Brasil de Fato nas ruas para resistência 

De forma unânime, os participantes da plateia que fizeram uso da palavra, citaram o Brasil de Fato como importante instrumento de comunicação dos trabalhadores e de resistência. Pedro Carrano, coordenador político do jornal no Paraná, ao explicar sobre a campanha “Mantenha o BDF-PR nas ruas”, reafirmou o objetivo de manter e ampliar a distribuição dos impressos para dialogar com a população sobre este projeto político que luta pelos direitos dos trabalhadores.  “Nosso desafio é contribuir para o trabalho de base tão reivindicado e importante na atual conjuntura. Por isso, distribuir gratuitamente o jornal é de extrema importância”.  

Carrano ainda enfatizou que o Brasil de Fato é um sistema de comunicação nacional que possui um site e sites regionais, rádio e em oito estados, distribuição de jornais impressos. “Desde 2016, o jornal aqui no Paraná, é distribuído e conseguiu também ser o fio articulador de movimentos sociais que veem este espaço como lugar de construção coletiva da resistência”.  

Campanha “Mantenha o BDF nas ruas” 

Oficialmente lançada a campanha de financiamento para garantir que o jornal Brasil de Fato continue sendo impresso e distribuído nas ruas de Curitiba e cidades do Paraná, terá sua primeira fase com contribuição via deposito bancário e também através da plataforma de financiamento “benfeitoria”.  

Diante das dificuldades financeiras de 2019, o objetivo da campanha é garantir que o jornal impresso continue acontecendo e ainda que a distribuição possa ser ampliada. Para ajudar, as pessoas poderão participar via plataforma Benfeitoria buscando a campanha “Mantenha o Brasil de Fato PR nas ruas” ou fazendo sua doação através da conta: 

Caixa Econômica Federal  

Agência 0663 

Operação: 022 

Caixa Poupança 90-2 

 

Edição: Laís Melo